quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Polícia vai escoltar ônibus nos morros de Florianópolis



Funcionários das empresas se negaram a trabalhar em catorze linhas da cidade

Luciano Bottini Filho
Carro incendiado por um homem que passava de bicicleta na rua Enedina D'Avila Ferreira, em Itajaí, Santa Catarina
Carro incendiado por um homem que passava de bicicleta na rua Enedina D'Avila Ferreira, em Itajaí, Santa Catarina - Marcelo Camargo/ABr
A Prefeitura de Florianópolis (SC) anunciou a locação de vinte veículos para escoltar os ônibus nos morros da região central da cidade diante da nova onda de ataques que assola Santa Catarina. As quatorze linhas que atendem cerca de 35 mil pessoas no Maciço do Morro da Cruz tinham sido suspensas porque os funcionários das empresas de transportes se recusavam a entrar nas áreas.

Desde sexta-feira, uma escolta policial acompanha os ônibus durante a noite na saída do terminal central da capital catarinense. A operação especial também ocorreu durante os ataques em novembro do ano passado, atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Algumas linhas são suspensas e o serviço é interrompido após as 23 horas e retomado somente às 6 horas.

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Tarifas 
- Com trinta ônibus incendiados em nove dias de ataques em Santa Catarina, a Prefeitura de Florianópolis também descartou aumento nas tarifas na cidade. O reajuste nos bilhetes é um pedido das empresas de transporte para suportar os prejuízos com a perda de veículos nesta segunda onda de ataques e na anterior, em novembro do ano passado.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbanos de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf), Waldir Gomes, foram quatro ônibus queimados na capital catarinense nos últimos dias. O prejuízo é estimado em 1 milhão de reais. Além disso, há uma queda no número de usuários com a interrupção do serviço de transporte.

“Se continuar desse jeito até o final do mês haverá uma redução na receita de 12% a 15% (cerca de 2 milhões de reais por mês)", diz Gomes. Em nota, a prefeitura diz que há "impossibilidade de qualquer aumento no preço da tarifa, fato este já comunicado às empresas de transporte coletivo em reunião na tarde desta quarta-feira”.

A Polícia Militar de Santa Catarina confirmou 73 ocorrências em 23 municípios do estado em nove dias de ataques consecutivos. Os trinta ônibus incendiados desde 30 de janeiro já ultrapassam o total registrado na primeira onda de ataques em novembro do ano passado. Em 2012, foram 56 ocorrências em dezesseis cidades.
 

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