Polícia não conseguiu intervir, diz jornal; bispo local pediu nova lei para combater prática.
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Uma mulher foi torturada e queimada viva na Papua-Nova Guiné, um país da Oceania, depois de ser acusada de usar bruxaria para matar um menino, de acordo com informações da imprensa local.
Segundo o jornal 'The National', a mulher era Kepari Leniata, de 20 anos e mãe de um bebê.
O incidente ocorreu na região da cidade de Mount Hagen, na província das Highlands Ocidentais (centro do país). Os familiares do menino capturaram Kepari, arrancaram suas roupas, amarraram a mulher e jogaram gasolina em seu corpo.
Ela então foi incendiada em frente a centenas de pessoas.
A polícia e os bombeiros não conseguiram impedir o crime, segundo o National. Outro jornal local, o Post Courier, afirmou que policiais e bombeiros foram perseguidos pela multidão que assistiu ao crime, em número muito superior a eles.
Os dois jornais publicaram imagens chocantes da mulher sendo queimada viva em suas primeiras páginas.
Outras mortes
Em partes de Papu-Nova Guiné, a população costuma, em algumas ocasiões, culpar suspeitos de bruxaria por casos de mortes e doenças desconhecidas.
Em partes de Papu-Nova Guiné, a população costuma, em algumas ocasiões, culpar suspeitos de bruxaria por casos de mortes e doenças desconhecidas.
Nos últimos anos foram relatados vários casos parecidos, geralmente envolvendo mulheres.
Em 2009, por exemplo, depois de uma série de execuções parecidas com a de Kepari Leniata, o presidente da Comissão de Reforma Constitucional e Legislativa do país afirmou que os envolvidos nestes casos usavam acusações de bruxarias como uma desculpa para matar pessoas e pediu uma legislação mais severa para enfrentar o problema.
Um bispo cristão local, David Piso, disse ao National que as execuções relacionadas a acusações de bruxaria estão se transformando em um problema crescente e pediu ao governo que 'elabore uma lei para por fim nesta prática'.
O comandante da polícia da província onde ocorreu a execução, Kaiglo Ambane, disse ao jornal que a polícia está tratando o caso como um assassinato e vai prender os responsáveis.
De acordo com a agência de notícias AFP, a embaixada americana na capital do país asiático, Port Moresby, afirmou em uma declaração que a morte de Kepari foi um 'assassinato brutal', prova da 'disseminada violência baseada no gênero' da pessoa em Papua-Nova Guiné.
'Não há justificativa possível para este tipo de violência. Esperamos que os recursos apropriados sejam destinados para identificar, julgar e punir os responsáveis pelo assassinato de (Kempari) Leniata', afirmou a embaixada.
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