domingo, 5 de agosto de 2012

O ENDEUSAMENTO DE UM MARGINAL SANGUINÁRIO: Documentário 'Marighella' terá pré-estreia gratuita amanhã


Um documentário não pode deixar de ser neutro, sob pena de se transformar numa apologia e perder o caráter de documentar fatos. Se esse filme sobre o terrorista Carlos Marighela, tem como objetivo caracterizá-lo como uma figura angelical e dedicada à defesa da democracia no Brasil em sua "luta contra o Regime Militar", já perdeu seu significado como peça documental e se reveste de mais uma mentira deslavada sobre um facínora da pior espécie.
É inútil querer-se transformar um traste num herói quando se conhece os seus propósitos tão bem registrados em livros e reportagens da época, muitas vezes escondidos do público para que este não tome conhecimento da realidade crua. 

Os livros: "Combate nas Trevas", de Jacob Gorender, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR,  retirado do prelo para não servir de prova incontestável contra os falsários ideológicos, retrata em poucas, mas fundamentais palavras quem foi Carlos Marighela; "Revolução Impossível", de Luiz Mir, diz como atuou esse carniceiro durante sua vida de terrorista; "Guerrilha do Araguaia- Relato de Um Combatente", do Cel Licio Maciel e "Desfazendo Mitos da Luta Armada", do Cel Aluísio Madruga, também registram a atuação de Marighela à frente da Ação Libertadora Nacional - ALN, que assassinou, justiçou, sequestrou, assaltou e cometeu as maiores atrocidades em nome de uma ideologia que exterminou mais de 120 milhões de seres humanos no século passado. E para finalizar, a mais completa obra literária e documental sobre o período político nacional entre 1922 e os dias de hoje, "A Verdade Sufocada", do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro diretor do DOI-CODI, de São Paulo, descreve tudo o que se quiser saber sobre o "revolucionarismo" desse jagunço de Stalin e Mao Tsé Tung, que atuou no Brasil contra todos os brasileiros, menos os de sua corja.

Vejam, abaixo, a matéria sobre o filme que retrata o grande "herói" da esquerdopatia brasileira. 

O Editor.


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EUCLIDES SANTOS MENDES
DE SÃO PAULO

Folha e o Espaço Itaú de Cinema do shopping Frei Caneca promovem amanhã (6), às 20h, pré-estreia gratuita do filme "Marighella". Inimigo público número um do regime militar brasileiro, o militante político baiano Carlos Marighella (1911-1969) é o foco do documentário dirigido por Isa Grinspum Ferraz.
Após a sessão, haverá debate com a participação da diretora (que é sobrinha de Marighella), de Clara Charf (viúva do militante comunista) e da jornalista da Folha Laura Capriglione. As senhas serão distribuídas uma hora antes da sessão, na bilheteria do cinema.
Narrado pelo ator Lázaro Ramos e com canção original de Mano Brown, o filme pontua a vida de Marighella a partir de depoimentos de Clara Charf, de Carlos Augusto Marighella (filho do militante) e de Antonio Candido (que avalia a trajetória de Marighella como heroica), entre outras pessoas.
O filme também usa documentos e fotos para contar a trajetória do militante, o seu gosto pelo estudo, a sua atuação política no PCB, a vida na clandestinidade, a luta armada durante o regime militar e a morte trágica numa rua de São Paulo, em 1969.
"Marighella" estreia em 10 de agosto, em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília.
Em entrevista à Folha, a diretora Isa Grinspum Ferraz diz que seu tio não deixou muitas pistas. "Não há uma única imagem em movimento de Marighella vivo, e olhe que nossa pesquisa foi bastante aprofundada", revela.
Ela ainda declara que o filme não pretende ser neutro, o que explicaria a afetividade narrativa que permeia o documentário. "O que eu quis mostrar foi um lado que poucos conhecem, e que é muito mais complexo e interessante do que apenas o desenho de um homem que ficou mundialmente conhecido por ter pego em armas na segunda metade dos anos 60 para combater a ditadura", avalia.
Leia, a seguir, entrevista pingue-pongue com a diretora.
FOLHA - Carlos Marighella ainda é um enigma?
ISA GRINSPUM FERRAZ - Sim, o enigma continua. Qualquer biografia é sempre parcial, incompleta. Pode revelar partes, facetas, mas não há nunca um todo que se desenhe.
No caso de Carlos Marighella, a dificuldade é ainda maior. Não apenas porque ele é um personagem complexo, cuja vida foi densa e intensa --e poderia, portanto, ser olhada por ângulos muito diversos--, como porque ele viveu quase 40 anos na clandestinidade, e sem deixar muitas pistas.

Carlos Marighella

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Divulgação
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O professor e crítico Antonio Candido
Não há uma única imagem em movimento de Marighella vivo, e olhe que nossa pesquisa foi bastante aprofundada. Ele foi perseguido como "a caça mais cobiçada", no dizer do sociólogo Florestan Fernandes, e assumiu a clandestinidade de forma radical, tentando apagar seus traços e rastros.
E mais: o que havia terminou se perdendo nas numerosas prisões e invasões das casas em que viveu. Assim, o filme que fiz tem um caráter quase arqueológico, é um quebra-cabeça de aproximações.
FOLHA - Você não teme que o público crítico às ações da luta armada considere o filme laudatório demais?
ISA GRINSPUM FERRAZ - Não acho que a palavra seja "laudatório". O Marighella que está ali é um Marighella, desenhado a partir da memória de quem o conheceu, filtrada pelo tempo. O meu é um filme investigativo, sim, mas não se pretende um filme jornalístico, e nem neutro (se é que isso existe). Eu assumo isso desde a primeira cena.
Enquanto eu fazia o filme, muita gente me perguntou se eu não iria ouvir "o outro lado". O "outro lado" tem falado há décadas, seja omitindo o nome de Marighella, seja detratando sua figura, seja por meio das perseguições que ele sofreu, dos longos anos de prisão, das torturas a que foi submetido, dos tiros que quase o mataram em 1964 e de seu assassinato.
O que eu quis mostrar foi um lado que poucos conhecem, e que é muito mais complexo e interessante do que apenas o desenho de um homem que ficou mundialmente conhecido por ter pego em armas na segunda metade dos anos 60 para combater a ditadura.
A atividade política de Marighella é muito mais extensa, começa em 1932, e já de forma vigorosa. Ele era um mulato pobre, que vivia na Baixa do Sapateiro, descrita por Jorge Amado, era poeta, escrevia, foi deputado, conhecia e amava profundamente o Brasil profundo e se fantasiava de mulher para dançar no Carnaval, mesmo clandestino.
Enfim, Marighella são muitos, e eu acho que temos de conhecê-lo melhor.
MARIGHELLA
DIREÇÃO Isa Grinspum Ferraz
QUANDO Segunda-feira (6), às 20h
PRODUÇÃO Brasil, 2011
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
ENTRADA Gratuita
DURAÇÃO 100 min
ONDE Espaço Itaú de Cinema do shopping Frei Caneca
ENDEREÇO rua Frei Caneca, 569, sala 6
TEL. 0/xx/11/3472-2359

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