Duas mulheres e 15 homens foram mortos; crime teria ocorrido para externar reprovação ao evento
27 de agosto de 2012 | 8h 53
Agência Estado
Texto atualizado às 10h10
Sabine Siebold/Reuters
Soldados alemães no Afeganistão
CABUL - O Taleban decapitou 17 civis afegãos que fizeram uma festa mista, entre homens e mulheres, no sul do país. Autoridades no país confirmaram as execuções nesta segunda-feira, 27, dizendo que os insurgentes mataram os 15 homens e as duas mulheres. O crime seria uma retaliação ao fato de terem ido a uma festa na qual os participantes ouviram música e dançaram, o que contraria a interpretação do ramo radical do Islã seguida pelos milicianos da região.
Os assassinatos ocorreram em Musa Qala, um distrito da província afegã de Helmand, onde soldados norte-americanos passaram anos combatendo integrantes da milícia fundamentalista islâmica Taleban. Os mortos haviam participado na noite de domingo de uma festa com música e dança, disse o chefe de governo local, Neyamatullah Khan. Segundo ele, seguidores do Taleban mataram o grupo para externar sua reprovação ao evento.
Todos os corpos estavam decapitados. Não estava claro se as vítimas foram baleadas antes de terem a cabeça decepada, relatou Daoud Ahmadi, porta-voz do governo de Helmand. As informações sobre a chacina estão vindo à tona lentamente porque a área onde ocorreram os assassinatos é amplamente controlada pelo Taleban, comentou Khan.
Um porta-voz da milícia na região foi procurado, mas até o momento não foi encontrado. A retirada das forças estrangeiros que invadiram o Afeganistão em resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos tem alimentado temores de que volte a vigorar no país a interpretação radical das leis islâmicas feitas pelo Taleban. De 1996 a 2001, quando o Taleban governou o Afeganistão, toda execução de música e filmes era proibida.
Soldados
Em um ataque separado, dez soldados foram mortos em um ataque reivindicado pelo Taleban também no sul do Afeganistão, segundo autoridades locais.
Com AP
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