quinta-feira, 6 de março de 2014

EUA anunciam sanções contra responsáveis por instabilidade na Ucrânia





Medidas impõem restrições para concessão de vistos a funcionários de governo e cidadãos russos e ucranianos

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Sean Gallup/Getty Images
Tropas da Rússia desembarcam na base aérea de Belbek, na Crimeia - Sean Gallup/Getty Images
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou nesta quinta-feira sanções contra "indivíduos e entidades" que forem responsáveis por intensificar a instabilidade política na Ucrânia. Segundo o jornal The New York Times, a medida é significativa porque atinge tanto russos quanto ucranianos. Em um comunicado divulgado pelo secretário de Imprensa, Jay Carney, o governo americano anunciou que impôs restrições de vistos a funcionários e indivíduos do governo russo e que o ato reflete "a decisão política de negar vistos aos responsáveis e cúmplices de ameaçar a soberania e integridade territorial da Ucrânia". O documento, no entanto, não divulga a identidade dos russos ou ucranianos que estarão impedidos de entrar nos EUA.
A Casa Branca advertiu também que os Estados Unidos estão preparados, caso seja necessário, para impor sanções adicionais contra aqueles que ajudem a sabotar a integridade territorial do país, se apoderarem ilegalmente de bens do Estado ucraniano ou que tomarem para si a autoridade sobre partes do país  sem autorização do governo interino. Segundo oNYT, sanções adicionais podem incluir o congelamento de bens desses indivíduos nos EUA e a proibição de que americanos possam fazer negócios com eles. 
A parte que trata sobre a tomada ilegal da autoridade é uma referência praticamente direta aos deputados e o governo local da Crimeia, que buscam se separar da Ucrânia e contam com apoio de Moscou. Nesta quinta-feira, o Parlamento da Crimeia, que é controlado pelo grupo pró-Rússia, votou pela separação da região e a anexação pela Rússia. A decisão ainda deve ser confirmada em um referendo nos próximos dias. O governo de Kiev considera as decisões ilegais.  
Antes de adotar essas restrições, os EUA já haviam suspendido as discussões bilaterais com a Rússia, além de boicotar uma reunião prévia do G8 que deveria acontecer nesta semana. A União Europeia, por sua vez, determinou na quarta-feira o congelamento de bens de Viktor Yanukovich, presidente deposto da Ucrânia, de seus filhos Aleksander e Victor, do ex- primeiro-ministro Nikolai Azarov e de outros 14 dirigentes do governo suspeitos de desvio de fundos do Estado.
"Procuramos trabalhar com todas as partes para alcançar uma solução diplomática que possa restaurar a soberania da Ucrânia. Convocamos a Rússia para aproveitar a oportunidade de recuar e resolver essa crise por meio de um diálogo direto e imediato com o governo ucraniano", ressaltou o comunicado da Casa Branca.
(Com Estadão Conteúdo)

Cronologia dos protestos na Ucrânia

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A recusa ucraniana - 29 de novembro

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich (esq), ao lado do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz
A União Europeia (UE) não conseguiu convencer a Ucrânia a assinar um acordo selando sua aproximação com o Ocidente, em função da pressão de Moscou, o que constitui uma derrota para os europeus. No final da terceira cúpula da Parceria Oriental entre a UE e seis ex-repúblicas soviéticas - Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão - os resultados foram aquém do esperado. Somente Moldávia e Geórgia assinaram o acordo. O presidente ucraniano Viktor Yanukovich explicou que, antes de firmar um acordo, Kiev necessita "de um programa de ajuda financeira e econômica" da UE. "Não se pode, tal e como quer o presidente ucraniano, pedir que paguemos para que a Ucrânia entre nesta associação", retrucou François Hollande, presidente da França. Saiba mais sobre por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia.

História: Ucrânia, um país com um histórico de tragédias

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