sábado, 25 de maio de 2013

Inteligência britânica tentou 'recrutar' terrorista, diz amigo



Colega do extremista Michael Adebolajo foi preso pela polícia depois de afirmar em entrevista na televisão que o MI5 tentou aproximação com o radical islâmico

Drummer Lee Rigby, do 2 º Batalhão do Exército Britânico, Regimento Real de Fuzileiros, morto ontem (22) após ser atacado por dois homens em Woolwich, sudeste de Londres
Drummer Lee Rigby, do 2 º Batalhão do Exército Britânico, Regimento Real de Fuzileiros, morto ontem (22) após ser atacado por dois homens em Woolwich, sudeste de Londres - Ministry of Defence/Crown Copyright/Reuters
O amigo de um dos terroristas responsáveis pela morte brutal de um soldado britânico em Woolwich foi preso na noite desta sexta-feira por agentes de contraterrorismo. Abu Nusaybah foi detido logo após afirmar em uma entrevista para a rede de televisão BBC que o serviço de inteligência do país (MI5) tentou "recrutar" Michael Adebolajo como informante seis meses antes do atentado.

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Entrevista - 
Segundo Nusaybah, a aproximação do serviço secreto começou após o retorno do amigo de uma viagem ao Quênia, no ano passado. Ele lembrou que Adebolajo reclamou da perseguição constante que sofria dos agentes do MI5. "Eles estavam assediando ele", destacou Nusaybah. "Primeiro, ele disse que os agentes queriam saber se ele conhecia alguns indivíduos. Depois que ele disse não conhecer, perguntaram se ele estaria interessado em trabalhar com eles." De acordo com o amigo, Adebolajo teria recusado a oferta. Na entrevista, Nusaybah defendeu que a radicalização do amigo aconteceu na viagem ao Quênia, onde Adebolajo teria sido preso por forças de segurança e torturado. "Ele ficou mais calado” depois disso, afirmou.

Abu Nusaybah foi preso logo depois de conceder a entrevista, por membros da polícia metropolitana de Londres que o aguardavam do lado de fora do estúdio da BBC.

Críticas - 
Nos últimos dias, o serviço secreto do país foi alvo de críticas depois que foi divulgado que a inteligência britânica já estava de olho nos dois radicais islâmicos há oito anos e mesmo assim foi incapaz de evitar o ataque. O governo abriu uma investigação para apurar o caso, mas defendeu a atuação do órgão. “Ouvi especialistas em segurança explicarem como é difícil manter vigilância eficaz sobre um número indeterminado de suspeitos numa sociedade livre”, disse o secretário do Interior britânico Eric Pickles.

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