Protestos, gritaria e confusão marcaram a primeira reunião sob comando de pastor
O Plenário 9 da Câmara dos Deputados estava lotado para a primeira reunião da Comissão de Direitos Humanos realizada sob o comando do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), na tarde desta quarta-feira. De um lado da sala, apoiadores do parlamentar; de outro, manifestantes a favor dos direitos humanos. Ambos gritavam, a todo instante, palavras de ordem a favor e contra o deputado.
Ao final de quase três horas de reunião - que, por conta da confusão, não conseguiu votar os oito requerimentos que constavam na pauta -, poucos ativistas pró Feliciano restaram, enquanto os contrários ao parlamentar só aumentavam sua participação - inclusive do lado de fora do plenário. Tamanha era a procura, que telões foram disponibilizados em duas outras salas para que os interessados acompanhassem a reunião.
No início, o PT - que conta com três deputados na CDH - entrou em obstrução e os parlamentares não assinaram a lista de presença. A deputada Érika Kokay (PT-DF) pediu verificação de quórum durante a votação do primeiro requerimento e teve a palavra cassada por Feliciano. A deputada afirmou que não reconhecia o colega como presidente do colegiado e, em vez de "presidente", como tradicionalmente acontece, a Érika chamava o deputado de "Pastor Feliciano", causando a revolta dos presentes.
Tumulto e provocação
Insatisfeitos com a atitude de Feliciano, os deputados Nilmário Miranda (PT-MG) e Dumingos Dutra (PT-SP) se dirigiram à mesa para reclamar com o presidente da CDH. O colega, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que ocupava uma mesa na presidência do colegiado, saiu em defesa de Feliciano - e quase chegou às vias de fato com Dutra, que precisou ser amparado por assessores depois do episódio. Kokay e Dutra abandonaram a sessão logo em seguida.
Insatisfeitos com a atitude de Feliciano, os deputados Nilmário Miranda (PT-MG) e Dumingos Dutra (PT-SP) se dirigiram à mesa para reclamar com o presidente da CDH. O colega, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que ocupava uma mesa na presidência do colegiado, saiu em defesa de Feliciano - e quase chegou às vias de fato com Dutra, que precisou ser amparado por assessores depois do episódio. Kokay e Dutra abandonaram a sessão logo em seguida.
O pessoal do zoológico, fiquem quietos
Jair Bolsonarodeputado, aos manifestantes
A maior parte da confusão aconteceu justamente entre Bolsonaro e os ativistas pelos direitos humanos. Quando os manifestantes começavam a gritar palavras de ordem, Bolsonaro se dirigia à multidão, dizendo: "O pessoal do zoológico, fiquem quietos". A certa altura, Bolsonaro escreveu em uma folha de papel "queima-rosca todo dia" e mostrou aos manifestantes, que partiram para cima do deputado, sem agredi-lo.
Depois de duas horas e meia de reunião, Feliciano finalizou a sessão e foi escoltado por seguranças legislativos, manifestantes e jornalistas para fora do plenário. Houve um princípio de tumulto e um dos manifestantes conseguiu dar um empurrão no rosto do deputado. Ele foi imediatamente segurado pelos policiais e negou a agressão. O parlamentar saiu do corredor por uma escada, onde o acesso dos demais foi proibido. Os manifestantes, então, seguiram em coro pelos corredores da Câmara.
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