quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Depois de blitze, 80 casas noturnas são interditadas pelo país


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DE SÃO PAULO
DE MANAUS
DE SALVADOR
tragédia no Sul Em meio a uma força-tarefa para realizar vistorias em casas noturnas, prefeituras, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil já começaram a fechar estabelecimentos pelo país.
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A Folha localizou exemplos de ao menos 80 casas noturnas que foram interditadas em Estados como Amazonas, Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina.
Uma das cidades com o maior número de estabelecimentos fechados é Manaus. Em menos de três dias de fiscalização, 52 casas foram fechadas.
Entre as irregularidades encontradas estão obstrução da saída de emergência, falta de sinalização da rota de fuga, alvará de funcionamento e licença ambiental vencidos e ausência de extintores de incêndio.
A fiscalização fechou as portas de algumas das principais casas noturnas da cidade, como as boates Tropical Club, Fire, All Night, República Real, Musique Nuit e Xote de Menina. Os proprietários informaram que concordam com a ação e vão regularizar os estabelecimentos.
Em Salvador, até o final da tarde desta quarta-feira (30), houve três interdições, duas multas e cinco notificações para casas de eventos e camarotes montados para o Carnaval.
Os fiscais identificaram até mesmo uma borracharia que se transformava em danceteria à noite, no bairro do Rio Vermelho, o mais boêmio da cidade. O local não tinha alvará para funcionar como boate. Todos os três espaços interditados disseram que vão se regularizar nos próximos dias.
Em Ilhéus (BA), a prefeitura suspendeu todos os alvarás concedidos a locais que realizam eventos após constatar que vários deles foram obtidos de forma irregular. A medida atinge cerca de 20 estabelecimentos.
Em Blumenau (SC), a equipe de fiscalização fechou a casa noturna Riska Faca depois de detectar mudanças na estrutura em relação ao projeto original --o bar e o banheiro mudaram de lugar. Proprietários dizem que um novo projeto deve ser enviado para aprovação ainda nesta quinta-feira (31).
IRREGULARES
Durante as vistorias, casas noturnas também receberam ultimato para regularizar o sistema de segurança e prevenção de incêndio.
No Pará, proprietários de 57 estabelecimentos receberam prazo de 24 horas para se adequarem às normas.
Situação semelhante ocorre em Florianópolis. Das 61 casas noturnas, 47 têm falhas na segurança ou na documentação, segundo o Ministério Público Estadual.
Uma vistoria deve ser feita na noite desta quarta-feira. De acordo com a Promotoria, caso os problemas não sejam resolvidos, os estabelecimentos podem ser fechados.

Interior da boate Kiss

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Edison Vara - 28.jan.13/Reuters
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Imagem mostra destruição dentro da boate Kiss após incêndio que matou 234 pessoas
INCÊNDIO
O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.
Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.
Editoria de Arte/Folhapress
A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.
No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.
A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.
A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".

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