Etios, da Toyota, não resiste à concorrência

Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC

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Considerado um dos lançamentos mais importantes do ano, o Etios desembarcou no Brasil sob duras críticas da imprensa especializada, mas também perante expectativas positivas dos consumidores que sempre sonharam em ter um Toyota, mas não tinham dinheiro para rodar de Corolla. Diante do diz que me diz ao redor do Etios, resolvemos colocar o modelo fabricado em Sorocaba (SP) frente a frente com dois concorrentes de peso do segmento dos sedãs compactos: Peugeot 207 Sedan e Nissan Versa.

Optamos pelas versões topo de linha, equipadas com transmissão manual e recheadas de itens de série. A única diferença - mínima, diga-se de passagem - é que Versa e 207 utilizam motor 1.6 16V Flex, enquanto o Etios traz bloco 1.5 16V Flex.

PREÇO E CUSTO-BENEFÍCIO

Logo de cara, o Toyota leva o primeiro pedala da concorrência. Custando R$ 44.690 na configuração, ele é razoáveis R$ 800 mais caro que o Peugeot (opção XS) e preocupantes R$ 3.400 mais salgado que o Nissan (versão SL).

Em termos de equipamentos de série, o equilíbrio marca presença. Todos entregam air bag, freios com ABS, rádio/CD player com MP3, rodas de liga leve de 15 polegadas, ar-condicionado, direção elétrica - no caso do 207, a caixa é hidráulica -, faróis de neblina, vidros e travas elétricas. O Etios, no entanto, não disponibiliza computador de bordo.

DESEMPENHO

Rodando, o Etios agrada. O motor 1.5 16V Flex de 96,5 cv a 5.600 (etanol) é esperto graças ao torque de 13,9 mkgf (etanol ou gasolina) ser entregue já a 3.100 rpm e ao bom escalonamento da transmissão manual de cinco velocidades.

No entanto, neste quesito, a concorrência também faz bonito com os propulsores 1.6 16V Flex. No Peugeot, a potência máxima é de 113 cv e o torque de 15,5 mkgf (etanol), enquanto no Nissan os números são de 111 cv e 15,1 mkgf (etanol/gasolina).

Sobre a suspensão, os três são parecidos. Com acertos voltados para o rígido, 207, Etios e Versa têm excelente manobrabilidade. Abusar do acelerador nas curvas não torna os três-volumes avaliados veículos ariscos, mesmo nenhum deles contando com controles de tração ou estabilidade.

POR DENTRO

Com relação ao espaço, o Etios revela talento. Com 4,26 metros de comprimento - 2,55 metros de distância entre os eixos e 1,69 metro de largura -, o Toyota trata bem os ocupantes que viajam no banco traseiro. Destaque positivo para o porta-malas de 562 litros - maior entre os três.

Com 19 centímetros a mais de comprimento que o Toyota, o Nissan se sobressai com sua distância entre-eixos de 2,60 metros. O porta-malas tem 460 litros - nada mal.

A rabeira neste item fica para o 207, menor em todas as medidas. Porém, o troco do francês na dupla oriental vem no acabamento, que utiliza materiais mais requintados e agradáveis ao toque. Etios e Versa respeitam receita diferente: muito plástico, bons encaixes, nada de rebarbas e pouco tecido.

E é claro que não deixaríamos passar em branco a questão ‘painel de instrumentos'. Em busca do diferente, a Toyota posicionou velocímentro e conta-giros no centro do painel. A ideia, porém, não agradou, pois o grafismo não facilita a leitura - isso sem contar o micromarcador de combustível. O simples, as vezes, é a melhor solução.

VEREDICTO

No primeiro desafio em solo brasileiro, o Etios caiu diante do Versa, que tem preço mais baixo, melhor custo-benefício e desempenho superior. Ao Toyota, resta a segunda posição ao lado do veterano 207 da Peugeot.