ESCRITO POR YURI VIEIRA | 07 ABRIL 2013
ARTIGOS - HUMOR

Digamos, por motivos de pura ironia, que seu nome seja
Christian, uma vez que se mostrou tão irritado — em outra conversa velha de um ano, e que agora não vem ao caso — ao tratar das “desprezíveis” raízes cristãs (
the christian roots) do Ocidente. Christian, um diretor de cinema brasileiro, basicamente de curtas-metragens, me foi apresentando como sendo curador de uma relevante mostra de cinema do Rio de Janeiro. “Não se preocupe”, me disse, “pelo que ouvi falar a respeito do seu filme, com certeza irei gostar muito”. Eu não estava preocupado, mas quis saber o que ele ouvira. “Ué, bróder, me disseram que seu curta é uma porrada no estômago. Fiquei curioso. Se eu curtir, ele poderá ser selecionado pro meu festival.” Corria o ano de 2007, ano em que eu rodara meu filme
Espelho, a suposta “porrada no estômago”, e, naquele momento, estávamos na festa de encerramento de mais uma edição da Goiânia Mostra Curtas, taças de vinho à mão, enquanto, ao nosso lado, uma fila se formava para o bufê que já começara a ser servido. Era noite e o pátio da Secretaria de Cultura estava abarrotado de cineastas, atores, políticos, empresários e culturetes em geral, todos muito satisfeitos em participar de um evento do gênero. Era como se uma atmosfera cosmopolitana tivesse subitamente descido sobre a cidade. Nada como testemunhar que o cinema goiano, em particular, e o brasileiro, em geral, parecia ter finalmente tomado impulso — muito embora não se soubesse exatamente em qual direção...
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