- Francês participou de audiência de antecipação de provas no Fórum do Rio
- Segundo juiz, ele está com passagem marcada para deixar o Brasil nesta quarta-feira
RIO - Escoltado por três policiais, o turista francês que foi atacado junto com a namorada numa van, no último dia 30, participou na tarde desta terça-feira da audiência de antecipação de provas, no Fórum do Rio. Ele entrou na sala por volta das 15h40m, após a promotora do caso pedir que os três acusados do crime saíssem do local, pois a vítima não se sentia à vontade na frente deles. O jovem, que estava no Rio fazendo intercâmbio, está com passagem marcada para deixar o Brasil nesta quarta-feira. Ele não pretende mais voltar ao país.
Em depoimento, o turista contou que todos os criminosos o agrediam, e que coube ao menor usar uma barra de ferro:
— Eles riam sarcasticamente o tempo todo, principalmente quando faziam sexo com ela e batiam nela. Quero deixar o Brasil o mais rápido possível, não quero voltar — disse ele.
A audiência de antecipação de provas foi marcada devido à decisão de o francês sair do país. A reunião começou com atraso, pois um dos acusados, Walace Aparecido, não tinha defensor público. O juiz Guilherme Shilling, da 32ª Vara Criminal, nomeou a advogada Deise Batista para defendê-lo. Ao contrário dos demais suspeitos, ele não confessou o crime. O juiz argumentou que não iria adiar a audiência, pois perderia a principal testemunha, no caso o francês atacado pelo bando, que está com viagem marcada para a França.
Durante a audiência, as defesas dos três acusados de estuprar uma turista numa van em Copacabana pediu a transferência deles para outra unidade penitenciária. Eles alegam que os acusados estão sofrendo violência por parte dos outros presos. Os réus estão em Bangu 9 desde a última sexta- feira. As defesas pediram também ao juízo que eles sejam submetidos a exame de corpo de delito. Carlos estaria com uma lesão no olho esquerdo.
Na noite desta segunda-feira, o juiz Guilherme Shilling aceitou a denúncia do Ministério Público contra os três acusados de atacar o casal de turistas. A promotora Márcia Colonese apresentou a denúncia contra Jonatham Froudakis de Souza, Walace Aparecido Souza Silva e Carlos Armando Costa dos Santos por estupro, sequestro relâmpago, extorsão, formação de quadrilha e corrupção de menores.
Menor confessou que roubou turistas
O bando foi denunciado por atacar o casal, além de estuprar outras duas jovens e praticar vários assaltos. Na segunda-feira, o menor F., de 13 anos, foi ouvido pelo Ministério Público. Franzino, aparentando 10 anos de idade, vestia um short que o engolia de tão magro, com costelas à mostra. Em nada lembrava o adolescente que agredia o francês com uma barra de ferro na cabeça, toda vez que ele esboçava uma reação em socorro da namorada. Depois do depoimento à promotoria da 2ª Vara da Infância e Adolescência, ele chorou. O menor confessou o roubo, mas não admitiu o estupro.
Em nota, o MP afirma que Jonathan foi denunciado oito vezes por roubos triplamente majorados, oito vezes por estupros e atos libidinosos (quatro vezes autor e quatro vezes participante), duas vezes por extorsão na forma de sequestro relâmpago, por bando ou quadrilha e por corrupção de menores na forma do concurso penal. Walace foi denunciado oito vezes por roubos triplamente majorados, oito vezes por estupros e atos libidinosos (duas vezes autor e seis vezes participante), duas vezes por extorsão mediante privação de liberdade da vítima, por bando ou quadrilha e por corrupção de menores na forma do concurso penal. Já Carlos Armando foi denunciado quatro vezes por estupro (duas vezes autor e duas vezes participante), duas vezes por extorsão mediante a privação de liberdade das vítimas, por bando ou quadrilha e por corrupção de menores no concurso material.
Americana foi estuprada oito vezes pelos bandidos
De acordo com a denúncia da promotora Márcia Colonese, a americana foi estuprada oito vezes. Segundo a vítima, os acusados faziam a linha do bandido bom e bandido mau. Quando Carlos Armando embarcou na van, sentou-se ao lado dela e perguntou: “machucaram você? Pode me dizer, eu sou mais calmo que eles”. A turista nada respondeu. Irônico, ele se voltou para Walace e perguntou se tinha sido ele quem ferira a jovem, e o cúmplice riu: “Eu não, foi o Jonathan”. Segundo a estudante, ele chegou a dizer que “em mulher não se bate” e a estuprou durante o trajeto, com a van em movimento. Houve situações em que ela foi obrigada a fazer sexo com dois ao mesmo tempo.
Em depoimento, o menor afirmou ainda que o grupo que atacou os turistas estrangeiros dentro de uma van saiu por Copacabana para “caçar gringos”.
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