sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cinema nos EUA tem menor público desde 1995


Desastres do ano: "O Diário de um Jornalista Bêbado", com  Johnny Depp: feito com US$ 45 milhões, arrecadou US$ 21 milhões
Apertem os cintos, o público sumiu!
2011 foi como um filme de terror para os estúdios de cinema americanos.
A indústria estima terminar o ano com 1,28 bilhão de ingressos vendidos na América do Norte, uma queda de quase 5 por cento em comparação a 2010.
É o segundo ano seguido que o número cai e o mais baixo desde 1995.
As contas são do site especialista em bilheteria Hollywood.com.
Desastres do ano: "The Big Year", com Steve Martin: feito com US$ 41 milhões, arrecadou US$ 7 milhões
Apesar dos ingressos caros, a arrecadação também diminuiu.
As vendas do ano devem ficar meio bilhão abaixo das vendas de 2010, em cerca de US$ 10 bilhões, uma queda de 4 por cento.
Os motivos para o sumiço do público das salas de cinema são vários e se repetem.
Desde 2002 a venda dos ingressos vem caindo (naquele ano, foram vendidos 1,6 bilhão de tíquetes).
Um deles são os ingressos mais caros. O preço médio é US$ 7,96 (cerca de R$ 14).
Mas no cinema mais perto da minha casa, em Hollywood, custa US$ 16 (cerca de R$ 28).
Segundo Paul Dergarabedian, do Hollywood.com, o preço subiu mais de 80 por cento desde 1995.
Desastres do ano: "Noite de Ano Novo", com grande elenco, incluindo Bon Jovi (!): feito com US$ 56 milhões, arrecadou US$ 54,9
Vale lembrar uma passagem do livro “O Grande Filme”, de Edward Jay Epstein.
Ele diz que, em 1947, quando o cinema era o principal meio de entretenimento pago dos americanos, 90 milhões iam aos cinemas semanalmente e pagavam 40 centavos por ingresso (isso mesmo, centavos!).
Bom, hoje tem Netflix, videogames, ótimos seriados na TV aberta e fechada. A concorrência é cruel.
E, claro, o principal motivo, os filmes não são mais os mesmos...
Como lembra David Germain, da agência AP, os estúdios não conseguiram emplacar neste ano nenhum filme de animação ou adaptação de história em quadrinhos que ultrapassasse a marca dos US$ 200 milhões nas bilheterias.
“Cowboys & Aliens”, uma das grandes apostas do ano, baseada numa HQ e com Harrison Ford e Daniel Craig, foi uma das maiores bombas do ano. 
Desastres do ano: "Cowboys & Aliens", feito com US$ 163 milhões, arrecadou US$ 178 milhões
Roger Ebert, o crítico que tem uma resposta para tudo, listou os seis principais problemas para a queda de audiência.
O último é “falta de opção”. Somos bombardeados de blockbusters, mas queremos mais "filmes de arte", até mesmo em cidades pequenas dos EUA, ele diz.
Prova disto, segundo Ebert, é que entre os cinco filmes mais populares do Netflix no dia 28 estavam o iraniano “Certified Copy”, de Kiarostami, o francês “Love Crime” e o sueco “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”.
De fato, o que eu mais sinto falta nos cinemas aqui nos EUA é opção de filmes “gringos”, europeus, latinos, asiáticos. Há, claro, inúmeros festivais, cinematecas e exibições especiais.
Mas a verdade é que em São Paulo eu via mais cinema estrangeiro do que aqui, na “meca do cinema”. 
Desastres do ano - "Happy Feet 2: O Pinguim", feito com US$ 135 milhões, arrecadou US$ 115 milhões
Desastres do ano - "Conan, o Bárbaro", feito com US$ 90 milhões, arrecadou US$ 48 milhões
Escrito por Fernanda Ezabella às 18h08

De Niro faz sem-teto perturbado em novo filme

Ontem no cinema vi o trailer do novo filme de Robert De Niro, "Being Flynn", que estreia nos EUA só em março.
Como a maioria dos trailers hoje em dia, este contava praticamente a história toda, um grande "spoiler" de uns três minutos.
Parece um bom filme. De Niro faz um cara perturbado, que se acha o maior escritor vivo dos EUA. Ele tem problemas com a lei e mora pelas ruas de Boston.
Seu filho (Paul Dano) passa a trabalhar num abrigo de sem-teto na cidade com a esperança de um dia cruzar com o pai ausente. Ele também é escritor e começa a escrever a história da vida do pai.
Acho que o trailer conta melhor.

Escrito por Fernanda Ezabella às 15h47
29/12/2011

A Mocinha do "Missão: Impossível 4"

 
 

A atriz americana Paula Patton chamou atenção em Hollywood como a professora gente boa da protagonista problemática do drama “Preciosa”, filme ganhador de dois Oscar em 2010.
Agora, ela encara mais um trabalho pesado nos cinemas, mas, desta vez, fisicamente pesado.
Paula é a única mulher no grupo de agentes secretos liderados por Ethan Hunt, personagem de Tom Cruise desde 1996 na franquia “Missão: Impossível”, cujo quarto capítulo, “Protocolo Fantasma”, lidera as bilheterias de cinema do Brasil.
Os dois contam com ajuda de Jeremy Renner (no papel de Brandt) e Simon Pegg (como o geek Benji Dunn) para limpar o nome da agência IMF após esta ser desmantelada sob acusações de envolvimento na explosão do Kremlin.

“A gente vira persona non grata do governo e precisa descobrir o que aconteceu em segredo, sem ajuda de ninguém, por isso o nome ‘Protocolo Fantasma’”, explica Patton à Folha, num quarto de hotel em Los Angeles.
“Acontece que nenhum dos personagens trabalhou junto antes, com exceção de Ethan e Benji, rapidamente no filme anterior. Então você não sabe a motivação pessoal de cada um, não sabe o quanto confiar. Este é o mistério.”
Patton, 36, é considerada quase uma novata na indústria.
Sua estreia aconteceu em 2005, numa ponta em “Hitch - Conselheiro Amoroso”. Depois, foi destaque como par romântico de Denzel Washington em “Déjà Vu” (2006), antes de participar do premiado “Preciosa” (2009, foto abaixo).
Para fazer “Missão: Impossível 4”, ela teve dois meses para aprender vários estilos de lutas, incluindo capoeira, e treinamento com vários tipos de armas.
“Com o seu cérebro e sabendo certos movimentos, sabendo onde bater, você tem o poder de derrubar um cara durão”, ela afirma.
A experiência foi difícil no começo, já que ela prefere se preparar de outra forma.
“Gosto de seguir uma pessoa de verdade que faz algo similar ao meu personagem, como fiz em ‘Preciosa’”, diz. “Mas o treinamento foi importante para deixar tudo verossímel, me dar confiança.”
“Protocolo Fantasma” tem orçamento de US$ 140 milhões e direção de Brad Bird. Será sua estreia na fiçcão, apesar de já ter dois Oscar de melhor animação por “Ratatouille” (2007) e “Os Incríveis” (2004).
Uma das cenas mais marcantes (e aflitivas) do filme é quando Hunt escala o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai, usando apenas uma luva especial.
“Eles realmente cortaram uma janela do prédio e Tom ficou mesmo do lado de fora”, ela diz, se derretando em elogios ao colega.
Cruise é peça central num filme que quase não aconteceu.
A Paramount havia rompido com o astro em 2006, colocando a franquia na geladeira, com dúvidas sobre seu poder de bilheteria e com medo das esquisitices que ele andava aprontando _como pular no sofá de Oprah para declarar seu amor a Katie Holmes e se casar numa cerimônia da Cientologia.
Patton insiste que Cruise é um cara normal e muito batalhador. “As pessoas não entendem Tom. Ele é um homem muito doce, apaixonado pela vida, e o mais disciplinado que já conheci, trabalha mais do que todo mundo”, diz.
“Ele treinava duas vezes por dia, tem uma dieta impecável e não tem medo. Sempre dizia ao diretor: ‘Ficou bom? Dá pra ficar melhor?’. Não tem medo de ser criticado. É inspirador.”
Escrito por Fernanda Ezabella às 15h31
28/12/2011

E o melhor filme do ano vem do... Irã?

Em 2011, já falaram que o melhor filme do ano é francês, mudo e preto e branco. É o tal do "The Artist", que já falei bastante aqui no blog.
Mas como as modas mudam rapidamente, e os críticos querem sempre "descobrir" filmes incríveis a cada semana, um outro trabalho sui generis vem despontando como "melhor do ano".
É o iraniano "A Separação".
Apareceu em primeiro lugar nas listas dos melhores de 2011 dos críticos Roger Ebert e Joe Morgenstern (do "Wall Street Journal").
É um bom filme, interessante, mas longe de ser o melhor do ano. Prometo a minha lista de favoritos para esta semana.
Conta a história de um casal iraniano cuja mulher quer sair do país, mas o marido quer ficar para cuidar do pai que sofre de Alzheimer. Ela sai de casa, ele contrata uma mulher para cuida do pai.
Mas ela não é enfermeira, está grávida e tem questões religiosas que a impedem de limpar o velhinho quando ele se mija nas calças, por exemplo.
Uma briga com o patrão acaba levando a família toda para o tribunal.

Quem ficou traumatizado desde "Gosto de Cereja" (1997), não precisa ter medo. "A Separação" não é um filme paradão, nem muito filosófico cabeçudo.
Agora, para quem costuma ver discursos sociológicos em filmes -- como quem acredita que José Padilha é fascista por causa de "Tropa de Elite" --, melhor pular "A Separação" quando estrear no Brasil.
Isto porque as mulheres acabam sendo retratadas como as causadoras de caos neste filme, algo que poderia render ao diretor a pecha de machista, já que vem de um país onde as mulheres são oprimidas e apedrejadas em praça pública.
O longa ganhou vários prêmios no Festival de Berlim deste ano, incluindo o Urso de Ouro e de Prata para dois atores.
Estreia no Brasil em 27/01.
Escrito por Fernanda Ezabella às 16h25

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