quinta-feira, 14 de julho de 2011

A história que não foi contada - Capítulo 2º

A grande farsa dos "heróis revolucionários e defensores da democracia"

2º Capítulo

Lourinaldo Teles Bezerra

Pretendendo desmascarar os vigaristas que fizeram parte da comissão formada para classificar e indenizar os terroristas que lutaram para a implantação de uma "ditadura do proletariado" no Brasil, procedi a leitura de vários livros e depoimentos de militares, assim como de ativistas de esquerda diversos ao longo de vários meses. Descreverei os acontecimentos em capítulos que serão publicados nesse blog a partir de hoje, domingo, 3 de julho de 2011.


Joaquim da Câmara Ferreira, (Toledo) planejador e chefe do sequestro do Embaixador Charlles Elbrick, dos EUA, encontrava-se em Paris,na casa de Aluísio Nunes Ferreira, quando Carlos marighela foi enviado, ao encontro do demônio, seu guru natural, por intermédio dos heróicos e competentes agentes do DOI-CODI seção São Paulo, sob o comando do excelente Delegado Sergio Paranhos Fleury, do DOPS, na Al. Santos, São Paulo, no dia 4 de novembro de 1969.

Um mês antes à sua morte, o terrorista fundador e chefe da Aliança Libertadora Nacional (ALN) a mais cruel de todas as quadrilhas de bandidos terroristas que atuavam no Brasil naquela época foi entrevistado por Conrad Detrez, jornalista colaborador da revista trotskista francesa Front, no convento dos padres Dominicanos, onde muitos terroristas encontravam abrigo entre os Dominicanos, os mesmos que levaram Marighella para a emboscada armada por Sergio Paranhos Fleury, delegado implacável na caça, prisão e morte dos famigerados terroristas assassinos.

Eis a íntegra da entrevista concedida por Marighella um mês antes de morrer:


Pode ser dito que a entrevista de Carlos Marighela para o Front foi seu testamento político e guerrilheiro.

As principais questões tratadas nessa entrevista foram as seguintes:

Front – Por que iniciar pela guerrilha urbana?

Marighela – Na condição de ditadura em que se encontra o país, o trabalho de propaganda e de divulgação a priori só é possível nas cidades. Movimentos de massa, sobretudo os que foram organizados pelos estudantes, intelectuais, alguns grupos de militantes sindicalistas, criaram nas principais cidades do país um clima favorável para a acolhida de uma luta mais dura (ações armadas) (...) Os revolucionários conseguiram a cumplicidade da população. A imprensa clandestina avança. As emissões piratas são recebidas favoravelmente. A cidade reúne, pois, as condições objetivas e subjetivas requeridas para que se possa desencadear com êxito a guerrilha (...) A guerrilha rural deve ser posterior à guerrilha urbana, cujo papel é eminentemente tático.

Front – Como imagina a continuação da guerrilha urbana?

Marighela Pode-se fazer uma enormidade de coisas:seqüestrar, dinamitar, abater os chefes de polícia, em particular os que torturaram ou assassinaram nossos camaradas; depois continuar expropriando armas e dinheiro. Desejamos que oExército adquira armamento moderno e eficaz; nós o tiraremos dele. Já posso anunciar que raptaremos outras personalidades importantes e por objetivos de maior envergadura do que libertar 15 presos políticos, como aconteceu com o seqüestro do embaixador norte-americano.

Front – Algumas simpatias em particular?

Marighela – Estive na China em 53-54, o partido (PCB) que me enviou (...) Na China estudei muito a revolução. Mas, falando de inspiração, a nossa vem especialmente de Cuba e do Vietnã. A experiência cubana, para mim, foi determinante, sobretudo no que respeita a um pequeno grupo inicial de combatentes.

Front – A guerrilha rural surgirá simultaneamente em vários pontos do país?

Marighela – Atacaremos grandes latifundiários brasileiros e também americanos. Seqüestraremos e executaremos os que exploram e perseguem os camponeses. Tiraremos gado e víveres das grandes fazendas para dar aos camponeses. Desorganizaremos a economia rural, porém não defenderemos nenhuma zona, nenhum território, nada disso. Defender é terminar sendo vencido. É necessário que sempre, em todas as partes, como na guerrilha urbana, tenhamos a iniciativa. A ofensiva é a vitória.

Front – Você é contra as idéias de Regis Debray?

Marighela – Algumas idéias me foram úteis; quanto às do foco insurrecional, estou em desacordo.

Front – Sua estratégia para o Brasil se insere dentro de uma estratégia revolucionária continental?

Marighela – Sem dúvida, uma vez que temos que responder ao plano do imperialismo norte-americano com um plano global latino-americano. Nós estamos ligados à OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade) (nota: organização criada em Cuba em janeiro de 1966) bem como a outras organizações revolucionárias do continente e, em particular, às que nos países vizinhos lutam com a mesma perspectiva que nós. É, enfim, um dever para com Cuba; libertá-la do cerco imperialista ou aliviar seu peso, combatendo-o externamente em todas as partes. A revolução cubana é a vanguarda da revolução latino-americana; esta vanguarda deve sobreviver.

Essa entrevista foi intermediada pelos dominicanos e realizada no Convento das Perdizes. Os mesmos dominicanos que no mês seguinte, novembro , entregariam Marighela à polícia.

A partir da morte de Marighela, o Serviço de Inteligência Cubano, através de Manuel Piñero Losada, passou a centralizar e controlar diretamente os preparativos para a retomada da luta. Uma intervenção radical na estrutura da organização foi efetuada e foi o seguinte o diagnóstico cubano sobre a derrota: O processo foi acelerado sem a menor infra-estrutura e condição política e militar. Tudo tinha sido feito de maneira equivocada, com métodos empíricos.

Esse capítulo foi dedicado ao pior marginal terrorista que já existiu no Brasil, desde os idos de 35, quando da Intentona Comunista que também foi vencida pelos brasileiros de farda que tanto orgulho deu aos patriotas do Brasil.

Nota: a entrevista acima foi colhida no

Blog da União Nacional Republicana



(continua)




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