quarta-feira, 28 de julho de 2010

MARCO AURÉLIO GARCIA: PEDIDO EM PROL DAS FARC

Ainda no governo de FHC, Marco Aurélio Garcia foi ao Itamaraty pedir pelas FARC.




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PT e as Farc

Garcia se ofereceu como “ponte” entre Brasil e Farc

Atual assessor especial da presidência pediu audiência no Itamaraty em 1999

Fernando Mello

O encontro ocorreu no gabinete do então ministro, Luiz Felipe Lampreia, que relatou ter recusado a oferta

No final de 1999, o hoje assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia pediu uma audiência oficial no Ministério das Relações Exteriores. O encontro ocorreu no gabinete do então ministro, Luiz Felipe Lampreia. Garcia se ofereceu ao governo brasileiro para atuar como “ponte” com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Nos últimos dois dias, VEJA.com colheu relatos sobre o encontro.

Nesta quarta-feira, procurou o ex-ministro Lampreia, que confirmou a audiência. Servidor de carreira, com mais de 40 anos de Itamaraty, o ex-ministro não tem filiação partidária. “A proposta era de promover um encontro, uma relação, uma conversa”, afirmou.

Na última semana, o candidato a vice na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM-RJ), provocou reações do PT ao dizer que o partido tem ligações com as Farc. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, chamou Indio de “desqualificado” e “medíocre”.

Em 1999, Garcia era o responsável pela área de assuntos internacionais do PT. Lampreia confirmou a conversa. “Ele pediu uma hora oficialmente, está na agenda”, relata. “Ele me fez essa oferta. Eu agradeci o espírito com que ele fez a oferta, um espírito respeitoso. Mas disse que não aceitava. Como chanceler não tinha nenhum interesse em ter contatos com representantes das Farc. A organização estava combatendo um governo constitucional, amigo do Brasil.”

Lampreia disse a VEJA.com que, recusada a oferta, Garcia não apresentou mais detalhes, nem disse qual seria o representante das Farc escalado para falar com o governo brasileiro. Naquele ano, as Farc tinham muito mais força do que hoje. Seus guerrilheiros se aproximavam da capital, Bogotá, e tinham chances de tomar o poder.


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