Com as mãos tremulas e excedendo no volume da voz, Luiz Fernando Pacheco acabou esquecendo Genoino e defendeu o Partido dos Trabalhadores, não sem antes fazer apologia à eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff, com base nos dados de recente pesquisa de opinião. Pacheco disse que a aprovação do modus operandi do PT se consumou com a reeleição de Lula e a eleição de Dilma, mas o advogado não levou em consideração que isso só foi possível na esteira do populismo barato que permeia as esmolas sociais materializadas em bolsas e da decisão dos palacianos de empurrar os brasileiros na vala do consumismo, todos atraídos pela armadilha do crédito fácil.
Se o objetivo de Luiz Fernando Pacheco era convencer os ministros do STF sobre a inexistência de quadrilha no caso do Mensalão do PT, a tentativa, que abusou do gestual, foi um sonoro fracasso. A fala de Pacheco deixou a desejar e nem mesmo na visão dos mais otimistas foi capaz de mudar a opinião dos magistrados que estão convencidos sobre a prática, pelos mensaleiros, do crime previsto no artigo 288 do Código Penal (formação de quadrilha ou bando).
No momento em que fez a defesa do PT, não do seu cliente, o advogado acabou deixando escapar uma visão deturpada acerca da maneira como o Partido dos Trabalhadores vem conduzindo os destinos do País. Somente um desavisado seria capaz de acreditar que Lula, logo no começo do seu primeiro governo, conquistou a unanimidade no Congresso Nacional à base do discurso fácil e embusteiro que todos conhecem. Ademais, o esquema do Mensalão do PT foi substituído, após a descoberta do esquema, por outro semelhante e que está em vigência: o loteamento da Esplanada dos Ministérios.
A depender do palavrório do criminalista, o mensaleiro e dublê de cardiopata José Genoino poderá ter a pena de prisão aumentada, pois os ministros certamente não estão interessados na opinião de Pacheco sobre os índices de aprovação do desgoverno de Dilma Rousseff, que, diga-se de passagem, está empacado desde as manifestações populares de 2013.
A única explicação para tal postura na mais alta instância do Judiciário é a possibilidade de Pacheco estar enxergando no PT uma fonte inesgotável de trabalho. Enfim…
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