quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depois de mortos e feridos, o ministro da Justiça frouxo chamou a cavalaria

blog do coronel
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Um índio terena foi baleado nas costas na tarde de ontem em Sidrolândia (MS), a mesma região onde um indígena foi morto na semana passada após confronto com policiais federais e militares. Josiel Gabriel Alves, 34, foi atingido na fazenda São Sebastião, uma das três áreas invadidas ontem. Segundo os índios, eles foram atacados por pistoleiros. Levado ao hospital, Alves estava consciente e não corria risco de morrer.

O episódio expõe o agravamento da tensão entre fazendeiros e índios, que querem a aceleração da demarcação de terras indígenas no Estado. Diante desse quadro, o governo federal anunciou ontem o reforço do efetivo da PF na região e o envio de 110 agentes da Força Nacional. Segundo o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), há deficiência de efetivo da PF na região. "O governador [André] Puccinelli pediu ao Ministério da Justiça a Força Nacional para que pudéssemos atuar na região de Sidrolândia, em razão da elevação dos conflitos na região. O pedido dele já chegou, nós deferimos, e amanhã de manhã [hoje] nós já estaremos embarcamos homens da Força Nacional", disse Cardozo. O ministro não deixou claro se a Força Nacional e a Polícia Federal atuarão na eventual desocupação das terras.

Cardozo disse também que, em conjunto com Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência), irá se reunir com os terenas para tentar uma solução negociada. Na última quinta, o terena Oziel Gabriel, 35, que é parente distante do índio baleado ontem, morreu atingido por disparo no abdome durante confronto com policiais que cumpriam um mandado de reintegração de posse da fazenda Buriti, área em processo intermediário de demarcação como terra indígena. Em protesto, os índios voltaram a invadir a propriedade no dia seguinte.

O ministro Gilberto Carvalho afirmou ontem que decisões de reintegração de posse só poderiam ser cumpridas depois de esgotadas todas as instâncias de diálogo. O prazo para a desocupação da fazenda Buriti se encerra hoje pela manhã. O governo federal atua para prorrogar esse limite. O governo defende ainda que o Supremo Tribunal Federal julgue de forma mais rápida os recursos que questionam a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol (RR), para que haja uma regra clara para o assunto. Em recente manifestação no Congresso, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, criticou a Funai (Fundação Nacional do Índio) por falhas no processo de demarcação e afirmou que o governo prepara um novo modelo de delimitação das áreas.(Folha de São Paulo)

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