sábado, 20 de abril de 2013

Brasiguaios torcem por vitória do opositor de Franco, no Paraguai

Eleição para Presidente do Paraguai ocorre no domingo (21). Segundo o Itamaraty, cerca de 400 mil imigrantes brasileiros vivem no país. Fabiula Wurmeister Do G1 PR, em Foz do Iguaçu 3 comentários Há uma semana das eleições, campanha rua no Paraguai ainda é tímida (Foto: Fabiula Wurmeister/G1) O empresário Horacio Cartes é o candidato preferido pelos agricultores brasileiros que vivem no Paraguaipara ocupar o cargo de presidente do país vizinho pelos próximos cinco anos. Empresário, Cartes ainda é novato no campo da política, mas tem o apoio do tradicional Partido Colorado, que divide a preferência da maioria dos eleitores com o governista Partido Liberal, encabeçado por Efraín Alegre. A escolha será definida no domingo (21). “O presidente Federico Franco veio para acalmar os ânimos e solucionar o problema dos conflitos de terra. Com a destituição do ex-presidente Fernando Lugo ficamos muito mais aliviados. Se outro vencer, vamos apoiá-lo também, sempre tendo em vista nossas reivindicações de proteção e incentivo à produção”, comentou o representante da Coordenadora Agrícola do Paraguai (CAP) em Santa Rosa del Monday, Alex Luguesi, ao explicar o temor dos produtores estrangeiros, considerados alvo dos governos socialistas. A reforma agrária foi um dos motes da campanha de Lugo, ex-bispo católico que despontou politicamente com o apoio de sem terras da região de San Pedro e foi destituído uma semana depois de um confronto que resultou na morte de 17 policiais e campesinos, em junho de 2012. Eleito, o agora candidato ao Senado foi acusado de incentivar as invasões, em especial às terras de descendentes brasileiros, responsáveis por um terço da produção de soja paraguaia, uma das maiores do mundo. Giordani e Luguesi: paz no campo e respeito à propriedade privada (Foto: Fabiula Wurmeister / G1) Concentrados nos estados de Alto Paranáx, Canindeyú e Itapúa – todos na fronteira com o Brasil -, os brasileiros foram o último grande grupo de imigrantes a se instalar no Paraguai. Atraídos pelos incentivos para a colonização de áreas ainda pouco exploradas no Paraguai, os chamados brasiguaios já estão na segunda geração. “Não me vejo morando em outro lugar”, disse o agricultor paraguaio filho de brasileiros Marcio Giordani Mattei, 36 anos. “Ainda há muito a se fazer para que o Paraguai possa crescer. Mas, temos muitas condições para isso, se analisarmos nosso potencial agrícola e agroindustrial, poderíamos ser uma Suíça na América do Sul”, compara o agricultor. “Se tivermos segurança, poderemos colaborar em muito com isso”, completa Ênio Keller, que há 40 anos se instalou em Santa Rita, outro importante reduto de brasileiros. Da colonização à agroindústria Segundo o Itamaraty, atualmente vivem no Paraguai cerca de 400 mil imigrantes brasileiros e descendentes. Concentrados nos três maiores estados produtores de soja iniciaram a colonização no início da década de 1970 e junto com os alemães, japoneses, italianos, austríacos e ucranianos transformaram o país em um dos principais celeiros agrícolas do continente. Em Santa Rosa del Monday, Cartes é o candidato preferido (Foto: Fabiula Wurmeister / G1) Atraídos por anúncios em grandes jornais brasileiros que prometiam terras baratas e facilitados créditos bancários milhares de colonos paranaenses, catarinenses e gaúchos desbravaram terras cobertas de mata e começaram a plantar. A proteção do presidente Alfredo Stroessner durou cerca de 20 anos, até a morte do ditador. A estratégia dos sem terras tem sido questionar na Justiça a validade dos títulos de propriedade dos brasileiros. Enquanto muitos prosperaram, outros continuaram pequenos. Frequentes quebras de safra e contínuas perseguições fizeram muitos vender as terras e voltar para o Brasil. Mais recentemente, a agroindústria tem surgido como uma nova oportunidade. Paralelos à safra de soja estimada pela Câmara Paraguaia de Processadores e Exportadores de Oleaginosas e Cereais (CAPPRO), em cerca de 8 milhões de toneladas, incentivos à criação de suínos e ao beneficiamento do trigo começam a atrair novos investimentos brasileiros.

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