quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Diálogo mostra entrega de pagamento a chefe de gabinete da Presidência de SP



Troca de mensagens e conversas telefônicas levantadas pela PF e divulgadas pelo Jornal Nacional revelam como Rosemary de Noronha recebia dinheiro de outros integrantes do esquema

Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa, a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo. Nomeada por Lula, foi indiciada na sexta-feira pela Polícia Federal (Denise Andrade/AE)
Diálogos e trocas de mensagens interceptadas pela Polícia Federal e divulgados pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, mostram pagamentos feitos por Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), para Rosemary Nóvoa de Noronha, que era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Ambos são suspeitos de integrar uma quadrilha que se infiltrou em órgãos da administração pública federal para  negociar a elaboração de pareceres técnicos fraudulentos em benefício de empresários. "Rose", como é chamada, havia sido nomeada para a chefia de gabinete por Lula, em 2005.
Numa troca de e-mails, entre Paulo Rodrigues Vieira e seu irmão Marcelo Vieira, que segundo a PF tinha uma função operacional no grupo, o valor a ser entregue a Rosemary é discutido. "Tem que dar para Rose [Rosemary] 12.500 reais: 7.500 da cirurgia e 5.000 para fazer o armário. Eu só tenho aqui metade do dinheiro”, escreveu Marcelo Vieira.
Ainda segundo o Jornal Nacional, a PF indicou que a troca de mensagens ocorreu no dia 29 de março deste ano. Três dias depois, uma conversa entre Marcelo Vieira e Rosemary foi interceptada.
Marcelo Vieira: "Posso dar uma passadinha aí, daqui a uma meia hora?"
Rosemary: "Pode. Vou dar uma saída daqui a pouco que eu vou fazer curativo. Mas a empregada tá aqui. Você pode... Se você trouxer algum pacote, pode deixar com ela." O pacote, de acordo com a PF, seria o dinheiro.
Rosemary foi exonerada neste sábado pela presidente Dilma Rousseff, que determinou ainda o afastamento de outros servidores indiciados na Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. 

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