sábado, 22 de setembro de 2012

Paulo Rocha, mensaleiro graúdo, admite que houve crime, sugere que ministros estão traindo o PT e ataca a VEJA com ilação antissemita. Essa história vem desde Goebbels: acuse a imprensa e os judeus…



Não deixem de ler a reportagem de Maria Lima, do Globo, com o mensaleiro, ex-deputado e dirigente petista do Pará Paulo Rocha (PA). Pela primeira vez, um réu do mensalão admite que houve crime, contrariando todos os advogados de defesa e, por óbvio, dando razão ao relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa. Rocha aproveita ainda para atacar a VEJA e faz uma óbvia ilação de caráter antissemita — tudo, obviamente, conforme o caráter desses patriotas.
Leiam esta afirmação de Rocha:
“Ninguém está negando que houve os empréstimos fraudulentos, os repasses, mas não teve compra de votos, foi para pagar conta de campanha.”
José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares devem ter vibrado com a confissão de Rocha: os empréstimos eram fraudulentos!!! Genoino e Delúbio meteram suas respectivas assinaturas numa fraude. E Dirceu na chefia de tudo! É bem verdade que os ministros já sabiam disso, né? Daí terem condenado Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinicius Samarane, do Banco Rural, por gestão fraudulenta.
Ora, se os empréstimos e os repasses foram “fraudulentos”, como confessa o petista, os ministros do Supremo seguem a lei ao punir os fraudadores, os criminosos. Ah, ocorre que Rocha insiste que o destino do dinheiro era pagar conta de campanha… Ainda que tivesse sido. E daí? Os ministros já decidiram, acertadamente, que pouco importa a destinação que se dê ao fruto de um crime: isso não muda a sua natureza. Se o PT usou o dinheiro para pagar contas de campanha ou para tomar Chicabon, tanto faz como tanto fez. O que caracteriza a corrupção passiva não é ter cometido um ato de ofício (sim, eles cometeram…), mas a expectativa de que um servidor público possa fazê-lo. Alertei para isso desde sempre. Os mensaleiros deveriam ter me contratado: cobro a metade de Márcio Thomaz Bastos: R$ 10 milhões…
Atenção que a fala vai ficando ainda melhor. Indignado, Rocha afirma:
“Não há prova do que estão dizendo. Os ministros do Supremo não foram colocados lá para apenar como estão apenando”.
Como, excelência? Notem que Rocha não se dedica exatamente a negar o fato, mas a sustentar que não há provas. Como bem exemplificou o ministro Luiz Fux, é o caso do filho adolescente que, ao ser indagado pelo pai sobre uma falta, em vez dizer um “não fui eu”, afirma: “Não há provas contra mim”. E qual seria “a prova” na visão de Rocha? Pois é… Ele esqueceu de ler o Artigo 317 do Código Penal, né? Um parlamentar pode cometer corrupção passiva até mesmo votando contra os interesses de quem lhe deu grana.
Mas há mais aí: segundo o deputado, os “ministros do Supremo não foram colocados para apenas como estão fazendo…”. Heeeinnn? Rocha sugere que eles estão traindo um compromisso? Teriam sido colocados lá para inocentar os mensaleiros? A propósito: o que quer dizer “ministros colocados”?
Seu ódio é especialmente dirigido a Joaquim Barbosa:
“O ministro Joaquim Barbosa está movido pelo ego. Não tem opinião pública. A opinião pública não sabe de nada, sabe o que vocês publicam. O ministro não tem prova de nada, só indícios. Semana que vem, ele vai condenar o José Dirceu e o Genoino por causa da eleição”.
Além das provas, há agora uma confissão: a de Paulo Rocha! Os empréstimos foram fraudulentos. Rocha, como se nota, acusa o relator do processo de atrelar seu voto à questão eleitoral. Parece-me que o petista está acusando o ministro do Supremo de cometer um crime — porque é crime uma autoridade submeter a sua autoridade a um ditame extralegal. Barbosa deveria processá-lo, mas isso é com Sua Excelência.
Baixo calãoO deputado estava mesmo com o pensamento e a língua sem freios. Indagado se temia ser preso, mandou brasa:
“Você nunca me ouviu sobre o processo e agora quer saber se estou preparado para ser preso? Ah! Vai se foder!”
É normal. Esse vocabulário é muito comum no PT até quando eles estão numa conversa amena, elogiando-se mutuamente. A escolha de palavras tão desassombradas era uma das características que os assessores e adoradores de Lula mais apreciavam nele. Sigamos com uma cena até engraçada, que vai chegar à revista VEJA. A jornalista e Rocha conversavam numa feirinha de artesanato de um shopping. Transcrevo trecho da reportagem (em azul):
Sem saber que Rocha era um ex-deputado réu do mensalão, a vendedora foi interpelada para dar sua opinião sobre o julgamento em curso.
“Estou amando! Finalmente está havendo justiça nesse país. Mas minha irmã é quem está mais bem informada, porque é cientista política”, disse a moça.
“Ah! Você não sabe de nada, só o que lê na imprensa, na “VEJA”, que só está fazendo esse papel sujo porque o presidente Lula abriu o mercado para os árabes. Sua irmã também não sabe de nada! Intelectual que se informa por livros e não sabe o que se passou de verdade nesse processo!”, esbravejou Paulo Rocha, assustando também a moça.
Depois da discussão, o ex-deputado petista continuou seu passeio pelo shopping.
VolteiEntendi. Rocha é contra intelectuais que se informam por intermédio de livros. Emir Sader também é, hehe. O papel de um intelectual, como já deixaram claro Pol Pot, Mao Tse-tung e os petistas da Apeoesp, em São Paulo, é queimar livros. Agora vamos à VEJA.
Como é? A revista estaria descontente porque “o presidente abriu o mercado para os árabes”??? Hesitei um tantinho antes de chegar ao sentido profundo dessas palavras. O que estaria querendo ele dizer? Mas entendi logo. Roberto Civita, o editor da VEJA, é judeu. Assim, só poderia estar descontente com a dita abertura do mercado aos árabes. Sagaz esse Paulo Rocha! Convenham: uma ilação antissemita, com efeito, não fica mal ornando um pensamento com tal brilhantismo.
Em seu primeiro pronunciamento público depois da chegada de Hitler ao poder, Goebbels prometeu pegar a imprensa e os judeus. Essa é uma história antiga.
Sempre que me defronto com um pensamento sofisticado como o de Paulo Rocha, sou tentado a buscar um emblema que o deixe marcado também por imagem. Escolhi esta foto, de 1º de julho de 2009, quando o então presidente do Brasil, Luiz Inácio das Arábias da Silva se encontrou com o então ditador líbio, Muamar Kadafi, a quem chamou de “irmão”. À época, acreditem, ele escolheu a Líbia para acusar a existência de um golpe em Honduras — golpe que não existiu. Civita, o judeu, como sabem, prometeu se vingar: “Serei mau como um pica-pau. Vou pedir para a VEJA ser contra empréstimos fraudulentos”.
E assim tudo começou!
Lula (à dir.), ao lado do terrorista Kadafi (com seu amarelo coruscante), prega contra o “golpe” em Honduras. Ah, sim: Kadafi caçava opositores, mas jurava que só queria ser “bo-ni-ta” e caçar beduínos no deserto. Acabou mal - Foto Sabri Elmehdwi/Efe

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