quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O ESTOPIM DA BOMBA FOI ACIONADO








L. Teles Bezerra


Por fim, alguém se acha incomodado pelas acusações solitárias sobre seus ombros, enquanto os maiores beneficiários das propinas bilionárias do Petrolão, escondem-se sob o manto do poder central ou nas mansões luxuosas adquiridas com tais “benefícios.” Seria uma injustiça se apenas os chamados corruptores fossem penalizados em benefício dos verdadeiros extorsionários, que habitam os nichos podres dos três poderes de uma república que se acha em processo de putrefação contínua. Em minha vida profissional como empreiteiro de obras, ainda no período compreendido entre 1971 e 1981, jamais quis participar de uma obra onde o poder público estivesse diretamente metido. Sabíamos, eu, meu pai e meu irmão, sócios que éramos numa empresa de médio porte que possuíamos, atuando no ramo da construção civil, que se quiséssemos tocar alguma obra municipal ou estadual teríamos que nos sujeitarmos à corrupção ativa existente. Eu sempre fui contra e meus sócios concordavam comigo nesse particular. Nossas obras, apesar de públicas (municipais ou estaduais) sempre foram contratadas indiretamente de construtoras maiores que se sujeitavam a esses expedientes pouco recomendáveis. Mas, voltando ao assunto principal dessa crônica, constatei, ao ler um artigo da revista Veja, que há quinze dias o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os executivos Mateus Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli, sentados numa sala destinada a reuniões privadas com advogados na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, concordaram em tomar uma decisão conclusiva em suas vidas: entregar os nomes e sobrenomes de todos os envolvidos na extorsão havida na contratação de obras do governo federal, em particular na Petrobras. Agenor Medeiros, 66 anos, diretor internacional da empreiteira era o mais exaltado: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho!” Os executivos das empresas envolvidas na Operação Lava-Jato já decidiram que, se não houver um meio de se defenderem, apelarão para a Delação Premiada como fizeram os cabeças da Petrobras e o doleiro Yousseff. Isso significa que personagens intocáveis e até então nunca mencionadas nos depoimentos, serão apontadas com nomes, cargos e decisões sobre o Petrolão. Gente graúda do tipo de Lula e Dilma Rousseff serão “reverenciadas” com as acusações muito bem fundamentadas pelos executivos das empreiteiras envolvidas no escabroso caso. Alguém duvida da existência de importantes documentos com dados preciosos em poder dessas pessoas? Já estava na hora de alguém se incomodar e botar a boca no trombone apontando os verdadeiros patrocinadores e chefões dessa desavergonhada ação de saque contra a nossa maior estatal. Qualquer pessoa, por mais inocente que seja, sabe muito bem que ninguém procura políticos para distribuir dinheiro a eles como se fosse uma ação legítima. Esses calhordas é que são os extorsionários contumazes desde que o Brasil existe. Qual o empresário que concorda, de bom grado, em pagar para trabalhar se a concorrência pública (licitação) existe para disciplinar a contratação de obras e serviços? “Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”, desabafou ressentido Léo Pinheiro (presidente da OAS), com seu “amigo íntimo” Luiz Inácio da Silva, vulgo Lula, que sempre foi solícito quando as coisas andavam às mil maravilhas e enchia seus bolsos com verbas oriundas das maracutaias por ele engendradas. Hoje, depois do estouro da boiada, Lula se esconde e foge dos seus antigos amigos como o diabo foge da cruz. Depois de longas conversas a respeito da estratégia a ser tomada, os executivos das quatro empresas indiciadas na Operação Lava-Jato, concluíram que, se houver acordo para uma delação premiada, o delator será Ricardo Breghirolli, que era o encarregado de fazer o pagamento das propinas milionárias a partidos e políticos corruptos da base e do governo petista. Nessa estratégia, os alvos serão os cabeças coroadas da república dos ratos, ou seja, Lula e Dilma Rousseff. Isso, eles revelam reservadamente e insinuam publicamente quando questionados pela imprensa. Todos sabem que uma fera acuada é muito mais letal do que uma que se encontre calmamente repousando. Os executivos das empresas em questão não tiveram qualquer benefício, desde que foram trancafiados, passando o Natal e o réveillon longe de seus familiares e tendo como perspectiva passarem o resto de seus dias presos. Por essa razão, não acharam outra alternativa que não fosse entregar de bandeja aos procuradores federais, os nomes dos comandantes de toda essa patifaria. Portanto, te cuida, Lula, e te cuida mais ainda, Dilma Rousseff, teu sal está sendo pisado e o bicho vai pegar feio pro lado de vocês!

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