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Camisa de força – Dilma Vana Rousseff, a presidente que tenta a reeleição, não mais se incomoda em mentir de foram descontrolada em suas declarações de campanha. A petista participou de ato na cidade de Santos, no litoral paulista e disse que no próximo domingo (5), quando acontece o primeiro turno da corrida presidencial, o eleitor deve escolher entre “consolidar” conquistas ou trazer de volta o “retrocesso”.
Como se o Brasil fosse aquele país que aparece nas campanhas publicitárias do governo, Dilma disparou: “No domingo, a gente vai olhar para a urna e pensar: Em quem eu devo votar? Eu vou votar para gente consolidar o que conquistou, avançar e mudar naquilo que for preciso e fazer mais? Ou vou votar para o Brasil ter um retrocesso? Eu vou votar em quem tem uma experiência de governo ou vou votar em aventura?”.
A mitomania que pauta a candidatura petista é tamanha, que Dilma afirmou que a eleição é “contra” ou “a favor” do pré-sal. “Eu vou votar a favor do desenvolvimento do pré-sal ou vou votar contra o pré-sal?”. A presidente sabe do risco que corre no segundo turno e por isso tenta aumentar a distância em relação aos adversários, mesmo que para isso tenha que recorrer ás mentiras, mercadoria que sobra no estoque palaciano.
Para liquidar com esse ufanismo malandro a que se agarra a presidente basta conferir as contas do governo central. Na manhã desta terça-feira (30), o Tesouro Nacional informou que as contas do governo federal entraram no “vermelho”, pois houve déficit primário (despesas maiores que receitas, sem a inclusão de juros) de R$ 10,42 bilhões no mês passado – o pior resultado para meses de agosto desde o início da série histórica, em 1997.
Os números mostram que, pelas contas do Banco Central, o Governo Central (União, Previdência e BC) registrou, de janeiro a agosto deste ano, superávit de apenas R$ 1,52 bilhão.
As contas de todo o setor público, como um todo, que incluem o governo federal, os estados, municípios e empresas estatais, registraram em agosto – e também no acumulado dos oito primeiros meses do ano – o pior resultado da história, de acordo com números divulgados pelo Banco Central.
Somente em agosto, o déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) foi de R$ 14,4 bilhões. Foi o pior mês de agosto desde dezembro de 2001, quando teve início a série histórica mensal do Banco Central para o indicador. Até o momento, o pior resultado para agosto havia sido registrado em 2013 (déficit de R$ 431 milhões).
Esse cenário de descompasso das contas públicas mostra que Dilma Rousseff mente de maneira escandalosa em sua campanha pela reeleição, sem se incomodar com os números oficiais acerca da economia e sua dura realidade.
Com previsão de crescimento do Produto Interno Bruto perto de zero, em 2014, a inflação oficial flutuando acima do teto da meta (6,5%), a taxa básica de juro (Selic) em 11% ao ano, o câmbio sob a artificialidade imposta pelo Banco Central e o descontrole das contas públicas, as agências de classificação de risco devem, em breve, rebaixar a nota do Brasil, o que na prática compromete a capacidade do país de atrair investimentos, não sem antes complicar ainda mais a possibilidade de financiamento do setor produtivo. Isso exigirá do governo um derrame de dinheiro público no setor, o que fará com que os necessários investimentos em infraestrutura, por exemplo, continuem na fila de espera. Como disse certa vez um conhecido e gazeteiro comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.
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