domingo, 11 de abril de 2010
O Silêncio Ensurdecedor
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão
O chefão $talinácio devia se preocupar, mais seriamente, com o principal ensinamento e com os desdobramentos políticos do nada acidental e previsível desmoronamento do Morro do Bumba, um lixão irregularmente ocupado, com a leniência dos podres poderes públicos, em Niterói (RJ). Além da perda de centenas de vidas humanas e da destruição, fica a lição de que a popularidade e imagem de aparente “boa gestão” de um político podem parar, literalmente, no lixo, em situações trágicas em que fica exposta a incompetência do homo publicus tupiniquim.
Jorge Roberto Silveira, cujo grupo comanda a Prefeitura de Niterói há 15 dos últimos 20 anos, tem tudo para ser varrido do mapa político nas próximas eleições. O temporal violento sobre a Cidade Sorriso derrubou a marketagem que apresentava Niterói como uma das cidades com melhor índice de Desenvolvimento Humano e qualidade de vida do País. Niterói tem IDH de 0,886 - o terceiro do país, depois de São Caetano do Sul, com 0,919, e Águas de São Pedro-SP, com 0,908)
Os moradores do município com um dos IPTUs mais caros do Brasil constataram que o dinheiro público não era tão bem aplicado como se pensava. Ficou evidente a falta de investimentos infraestrutura, embora nunca faltassem recursos para grandes obras cosméticas, em geral a custos elevados.
O problema é que Jorge Roberto não é um caso único de imagem fabricada pela marketagem que desmorona com facilidade. Infelizmente, ele é um entre milhares de políticos que não governam como deveriam, pelos mais variados motivos, desde incompetência a mais deslavada corrupção. Mitos políticos são fabricados facilmente no País dos des ou mal informados. Nossa midia – sempre bem amestrada pelas verbas públicas – colabora na construção e destruição dos falsos “mitos” políticos.
Aliás, na recente tratégia das chuvas no Rio de Janeiro, quem naufragou foi o “jornalismo” tupiniquim. A incompetência de nossa imprensa ficou clara na cobertura de mais uma rotineira tragédia no Brasil. O modelo televisivo, então, exagerou em seus vícios de abordagem. Faltou um tom crítico, cidadão, cobrando dos governos pelas omissões anteriores e posteriores à desgraça.
As reportagens preferiram apelar para uma encenação simplória e sofrível de dramas individuais de vítimas da desgraça. Além disso, só mostraram fragmentos dos problemas e não o caos como um todo. Os midiotas se viciaram em ignorar a realidade, intencionalmente ou por concepção errada do que é verdadeiramente jornalismo. Azar dos leitores, ouvintes ou telespectadores submetidos a tacanho processo de desinformação.
O imortal Nelson Rodrigues se ironizava como um “idiota da objetividade”. Pois nossos idiotas da mídia não querem ou não sabem ser objetivos. Quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, no jogo que todos achavam ganho de antemão, no Maracanã, Nelson cunhou a expressão “silêncio ensurdecedor” para descrever a vergonha da derrota.
Nossos maus administradores públicos não dão ouvidos a aos problemas que deviam resolver. São surdos para a voz da realidade – a não ser quando lhes convém, a cada eleição em que o povo lhes outorga o emprego através do voto. No fundo, além de mentirosos ou esquizofrênicos, nossos políticos são essencialmente fingidores. São amadores profissionais. Em geral, são déspotas sem esclarecimentos. Por tantas desqualificações são qualificados para cumprir o papel de marionetes.
Eis por que $talinácio deve se cuidar. Tudo que parece sólido na política, mas não tem consistência, se desmancha. Basta um erro pessoal ou político. Basta um acidente da história. Seja uma catástrofe ambiental ou econômica. O lixão está aí para quem quiser ver. Resta saber o que acontecerá quando desabar.
Por enquanto, o que desaba é a confiança de Lula na candidata que ele inventou. Dilma não decola nem a pau. $talinácio anda mais nervoso que nunca. Se não ouvir o silêncio ensurdecedor advertindo que o fracasso está próximo, pode se dar mal no futuro. Escute, antes que seja tarde demais...
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
Por Jorge Serrão
O chefão $talinácio devia se preocupar, mais seriamente, com o principal ensinamento e com os desdobramentos políticos do nada acidental e previsível desmoronamento do Morro do Bumba, um lixão irregularmente ocupado, com a leniência dos podres poderes públicos, em Niterói (RJ). Além da perda de centenas de vidas humanas e da destruição, fica a lição de que a popularidade e imagem de aparente “boa gestão” de um político podem parar, literalmente, no lixo, em situações trágicas em que fica exposta a incompetência do homo publicus tupiniquim.
Jorge Roberto Silveira, cujo grupo comanda a Prefeitura de Niterói há 15 dos últimos 20 anos, tem tudo para ser varrido do mapa político nas próximas eleições. O temporal violento sobre a Cidade Sorriso derrubou a marketagem que apresentava Niterói como uma das cidades com melhor índice de Desenvolvimento Humano e qualidade de vida do País. Niterói tem IDH de 0,886 - o terceiro do país, depois de São Caetano do Sul, com 0,919, e Águas de São Pedro-SP, com 0,908)
Os moradores do município com um dos IPTUs mais caros do Brasil constataram que o dinheiro público não era tão bem aplicado como se pensava. Ficou evidente a falta de investimentos infraestrutura, embora nunca faltassem recursos para grandes obras cosméticas, em geral a custos elevados.
O problema é que Jorge Roberto não é um caso único de imagem fabricada pela marketagem que desmorona com facilidade. Infelizmente, ele é um entre milhares de políticos que não governam como deveriam, pelos mais variados motivos, desde incompetência a mais deslavada corrupção. Mitos políticos são fabricados facilmente no País dos des ou mal informados. Nossa midia – sempre bem amestrada pelas verbas públicas – colabora na construção e destruição dos falsos “mitos” políticos.
Aliás, na recente tratégia das chuvas no Rio de Janeiro, quem naufragou foi o “jornalismo” tupiniquim. A incompetência de nossa imprensa ficou clara na cobertura de mais uma rotineira tragédia no Brasil. O modelo televisivo, então, exagerou em seus vícios de abordagem. Faltou um tom crítico, cidadão, cobrando dos governos pelas omissões anteriores e posteriores à desgraça.
As reportagens preferiram apelar para uma encenação simplória e sofrível de dramas individuais de vítimas da desgraça. Além disso, só mostraram fragmentos dos problemas e não o caos como um todo. Os midiotas se viciaram em ignorar a realidade, intencionalmente ou por concepção errada do que é verdadeiramente jornalismo. Azar dos leitores, ouvintes ou telespectadores submetidos a tacanho processo de desinformação.
O imortal Nelson Rodrigues se ironizava como um “idiota da objetividade”. Pois nossos idiotas da mídia não querem ou não sabem ser objetivos. Quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, no jogo que todos achavam ganho de antemão, no Maracanã, Nelson cunhou a expressão “silêncio ensurdecedor” para descrever a vergonha da derrota.
Nossos maus administradores públicos não dão ouvidos a aos problemas que deviam resolver. São surdos para a voz da realidade – a não ser quando lhes convém, a cada eleição em que o povo lhes outorga o emprego através do voto. No fundo, além de mentirosos ou esquizofrênicos, nossos políticos são essencialmente fingidores. São amadores profissionais. Em geral, são déspotas sem esclarecimentos. Por tantas desqualificações são qualificados para cumprir o papel de marionetes.
Eis por que $talinácio deve se cuidar. Tudo que parece sólido na política, mas não tem consistência, se desmancha. Basta um erro pessoal ou político. Basta um acidente da história. Seja uma catástrofe ambiental ou econômica. O lixão está aí para quem quiser ver. Resta saber o que acontecerá quando desabar.
Por enquanto, o que desaba é a confiança de Lula na candidata que ele inventou. Dilma não decola nem a pau. $talinácio anda mais nervoso que nunca. Se não ouvir o silêncio ensurdecedor advertindo que o fracasso está próximo, pode se dar mal no futuro. Escute, antes que seja tarde demais...
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
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