sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Levado de instituto, beagle Ricardinho corre risco, dizem cientistas




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RAFAEL GARCIA
DE SÃO PAULO
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O beagle Ricardinho, de sete anos, um dos patriarcas da linhagem de cães desenvolvida pelo Instituto Royal, pode morrer se não receber atendimento médico adequado, afirmam os cientistas da entidade.
O animal tem insuficiência renal e descalcificação óssea decorrente da doença. Além disso, tem uma prótese no maxilar --o que deixa seus dentes caninos superiores colados aos inferiores.
Ele está entre os 178 cães furtados há uma semana em São Roque (a 66 km de São Paulo). Mesmo sendo um macho reprodutor, Ricardinho tem a saúde delicada.
O cão apareceu numa reportagem da TV Record, mas a emissora não conseguiu intermediar o contato do Royal com a pessoa que o abriga.
"Eles estão com medo, porque são receptadores de um animal roubado", afirma Silvia Ortiz, gerente-geral do Instituto Royal. "Mas o Ricardinho vai morrer se não receber o cuidado certo."
Após a divulgação na televisão, fotos do cão começaram a se espalhar pelas redes sociais. Um veterinário contratado por ativistas que recolheram o cão disse à Record que pretendia fazer uma cirurgia para desfazer a fixação dos dentes, acreditando que a placa teria sido resultado de um experimento.
Reprodução/TV Record
Beagle Ricardinho, levado por ativistas do Instituto Royal, corre riscos, dizem especialistas
Beagle Ricardinho, levado por ativistas do Instituto Royal, corre riscos, dizem especialistas
PRÓTESE ODONTOLÓGICA
"Se esse animal for para um procedimento cirúrgico, ele pode morrer na mesa", diz João Antonio Pegas Henriques, diretor-científico do Royal. "Se o veterinário não souber que ele é insuficiente renal, quando injetar um anestésico, o animal morre."
A placa da mandíbula, além disso, não era um experimento, diz a veterinária que cuidava de Ricardinho. Segundo ela, o cão foi diagnosticado com insuficiência renal há dois anos. Em 2012, teve uma fratura no focinho, por fraqueza óssea.
"O Royal poderia ter descuidado do animal e deixando-o à própria sorte, como os ativistas dizem que fazemos", diz Ortiz. "Mas fomos a uma clínica veterinária especializada em odontologia para encomendar uma prótese."
Segundo o prontuário odontológico do animal, obtido pela Folha, a fixação dos dentes e necessária para evitar maiores complicações. Hoje, segundo Ortiz, Ricardinho precisa receber uma ração especial que não afete seus rins, e que possua forma pastosa, pois não pode mais abrir o focinho.
"Quando descobrimos que ele tinha sido encontrado, nossa preocupação era que a pessoa nos devolvesse o animal ou que nós pudéssemos ampará-la no tratamento necessário", afirma a cientista.
Até agora, o Instituto Royal não conseguiu recuperar nenhum dos cães. Se algum deles for devolvido, dizem os diretores, o animal será tratado e eventualmente encaminhado para doação por vias legais.

Ativistas resgatam cães em São Roque (SP)

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Avener Prado/Folhapress
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