quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Aécio rebate Lula e diz que ex-presidente tem medo de que Dilma não seja reeleita





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GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
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Atualizado às 14h46.
Em resposta aos ataques do ex-presidente Lula à política econômica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta quinta-feira (31) que o petista criou uma "sombra" sobre a presidente Dilma Rousseff porque teme que ela não seja reeleita para o Palácio do Planalto.
Aécio afirmou que Lula e o PT estão "aflitos e ansiosos" porque não têm certeza da vitória de Dilma em 2014. "Mesmo sem querer, ele [Lula] vai criando uma sombra sobre ela [Dilma]. O que eu vejo é o PT hoje muito ansioso, aflito, duvidando das condições da presidente da República, que eu acho que não são boas. Alguém para disputar a reeleição deveria estar numa condição muito melhor do que ela está", afirmou.
O tucano, que é possível adversário de Dilma nas eleições presidências do ano que vem, disse que Lula "não está seguro das possibilidades de sua candidata" em um momento em que "mais de 60% dos eleitores brasileiros dizem não querer votar numa candidatura do PT".
Aécio afirmou que o PT vive "inseguranças internas" diante da disputa Lula versus Dilma dentro do partido --com a defesa de segmentos do PT de que Lula dispute o Palácio do Planalto, caso o nome de Dilma não tenha hegemonia sobre os demais candidatos. "São questões que eles terão que resolver internamente. Se alguém tem hoje um conflito interno, é o PT."
Lula criticou ontem a ex-aliada Marina Silva por ela ter reconhecido a contribuição do governo Fernando Henrique Cardoso para a estabilidade econômica do país. Em evento que comemorou os dez anos do programa Bolsa Família na quarta-feira (30), Lula também afirmou que Marina precisa parar de aceitar "lições" erradas sobre o tema.

Aécio Neves

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George Gianni/Divulgação/PSDB
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Aécio Neves participou de encontro com mais de 300 lideranças e militantes do PSDB do Distrito Federal, em Brasília
Ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, a ex-senadora tem criticado a política econômica da presidente Dilma Rousseff e afirmou no início da semana que era preciso dar crédito a FHC e aos tucanos pelas conquistas econômicas do país, "para não fazer injustiça". Para Aécio, o que Marina Silva fez foi registrar o que "efetivamente ocorreu na realidade do Brasil". "Essas últimas aparições e falas do presidente não é de quem está sereno, confiante. Não há como brigar com a realidade", disparou o tucano.
Segundo o senador, a estabilidade econômica implantada no governo FHC foi "pré-condição fundamental" para Lula governar. "Não houvesse governo do presidente FHC com a estabilidade econômica, não teria sequer havido o governo do presidente Lula."
Em um ataque direto a Dilma, Aécio disse que a petista deixará duas marcas principais do seu governo: a ineficiência e os desvios éticos. "Veja o ex-presidente e a presidente, que tem agenda de candidata. Os brasileiros pagaram um ato de campanha eleitoral no ato de comemoração dos dez anos do Bolsa Família. Nada ali é de governo, mas às custas do governo. O governo do PT e a própria presidente da República continua tento enorme dificuldade em separar o que é público do que é privado, o que é publico, partidário do que é privado."
PALANQUE
Aécio participou nesta quinta de evento, organizado pelo PSDB do Distrito Federal, para conversar com pré-candidatos e filiados à sigla. Em sucessivos discursos antes da chegada do senador, pré-candidatos ao governo do DF e à Câmara dos Deputados fizeram ataques ao PT, à presidente Dilma Rousseff e ao governador Agnelo Queiroz (PT-DF).
O tucano disse aos correligionários que o PSDB tem o "ato de responsabilidade de encerrar o ciclo do PT que tão mal tem feito ao país". Também afirmou que a disposição do PSDB não é discutir "legados", mas construir o "futuro do país".
Presidente do PSDB, o senador foi cercado pelos militantes para tirar fotos --muitos deles, futuros candidatos do partido em 2014. "Ao PSDB, não é uma opção, uma possibilidade, apresentar um projeto. É nossa obrigação. É esse o PSDB que deve ser apresentar renovado na disposição de não permitirmos que conquistas iniciadas em nosso governo sejam colocadas em risco", disse Aécio, que fez um balanço de sua atuação como governador de Minas Gerais, especialmente na área da educação.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, também participa do ato político --realizado numa casa de festas de Brasília. Perillo prometeu entrar de "corpo e alma" na campanha de Aécio ao Planalto. "Estou nessa história para defender intransigentemente sua candidatura, sua proposta de governo, que será ousada, com os pés no chão, capaz de fazer mudança que muitos não conseguiram fazer", afirmou o governador.
O ataque mais duro ao PT veio do ex-deputado distrital Raimundo Ribeiro, que acusou o partido de Dilma de formar uma "quadrilha" no governo federal. "O que está comprovado é que o PT é que não sabe governar. O que eles sabem fazer muito é falcatrua. Temos obrigação de tirar essa quadrilha que está aí saqueando os cofres públicos e tentando garantir a impunidade até mesmo com o aparelhamento da máquina, inclusive do Judiciário."
Dois deputados federais se colocam como pré-candidatos ao governo do DF, pelo PSDB, com o objetivo de garantir palanque a Aécio: Luiz Pittmann e Izalci Lopes. O partido ainda não definiu qual será o seu candidato ao governo do Distrito Federal.

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