Leitores me enviam um link de um daqueles, por assim dizer, “textos” de Paulo Henrique Amorim. Em letras garrafais — o tamanho das letras de suas, digamos, manchetes costumam ser inversamente proporcionais à qualidade das idéias —, ele anuncia que vai processar uma penca de veículos e de colunistas “diante do que publicaram sobre o acordo celebrado entre Paulo Henrique Amorim e Heraldo Pereira de Carvalho”.
Prestem atenção ao que vai em negrito. Amorim nem mesmo especifica o motivo do processo; contenta-se com um vago “diante do que publicaram (…)”.
É isso aí. A Justiça é mesmo o lugar daqueles que consideram que tiveram a sua honra agravada por terceiros ou que foram vítimas de alguma injustiça. Tão logo eu saiba por que ele vai me processar — estou na lista —, eu me defendo.
Amorim tem aquele estilo humorístico conhecido. Para excitar a sua turba, trata o anúncio do processo como se já fosse uma vitória retumbante. Ele anuncia a lista dos “processados”:
- O Globo
- O Globo online
- G1
- Folha
- UOL
- Estadão online
- Band
- Blog do Noblat
- Jornal do Commercio de Recife
- A Tarde da Bahia
- Reinaldo Azevedo
- 247
- Demétrio Magnoli
- Conjur
- O Globo
- O Globo online
- G1
- Folha
- UOL
- Estadão online
- Band
- Blog do Noblat
- Jornal do Commercio de Recife
- A Tarde da Bahia
- Reinaldo Azevedo
- 247
- Demétrio Magnoli
- Conjur
Que homem valente!
Que herói!
Que herói!
Quem conhece um pouco a área sabe que isso é tática de defesa — e que nada tem a ver com o processo na área cível. Amorim também é criminalmente processado pelo Ministério Público Federal por racismo e injúria racial. Ao anunciar a sua guerra supostamente santa, tenta posar de vítima de um grande complô.
Amorim se orgulha de ser processado por mais de quarenta pessoas ou instituições. Finge que isso prova a sua retidão. O caso de Heraldo Pereira evidencia do que ele é capaz. Está apavorado. Tem medo de perder a primariedade. Aí as coisas se complicariam pra ele. Uma segunda condenação na área criminal seria cana na certa.
Ah, sim: louve-se-lhe o caixa sem fundo, né? Processar tantos ao mesmo tempo custa dinheiro. Tenho receio de que Amorim torre todo o seu salário em ações judiciais, ainda que ele seja muito bem-pago para fazer o que faz.
Resta saber por que tantas pessoas e veículos diferentes — eu mesmo já apanhei de alguns ali — se uniriam numa grande conspiração para agredir Amorim, esse paladino da verdade e da justiça, esse homem justo, segundo quem um jornalista como Heraldo Pereira é um “negro de alma branca” e “não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde”.
Essas suas palavras podem não servir para definir todos aqueles que ele vai processar, mas certamente definem quem é Paulo Henrique Amorim.
Então vamos à Justiça!
Tags: racialismo, racismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário