sexta-feira, 2 de março de 2012

Eduardo Campos e o trabalho para construir a imagem de um “novo líder”



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tenta se firmar como liderança nacional. É um direito dele. Sua ambição, a Presidência, pode não ter a pressa de 2014, mas enxerga 2018 como logo ali. Os “campistas” vêem uma Dilma reeleita, um Aécio Neves derrotado — e descartado para futuras disputas nacionais —, e o seu líder, que estará então no Senado, como a grande alternativa, quando Lula e Dilma já forem carta fora do trabalho, e o campo dito “progressista” estiver sem um grande timoneiro.
É claro que essas coisas têm sempre um pouco da combinação necessária com os russos, sobretudo os russos que votam, né?, mas é um cenário plausível.
Uma coisa, no entanto, é certa: ninguém se firma no cenário nacional descumprindo acordos. Campos havia combinado com o governador Geraldo Alckmin que apoiaria o candidato do PSDB em São Paulo — e definir o nome do candidato do PSDB é coisa que cabe ao, bem…, PSDB! O PSB está no governo do estado, ocupa a Secretaria do Turismo. Não só isso: Alckmin comandou um acordo, segundo o qual os tucanos apóiam um pessebista em Campinas.
Lula, claro!, nunca se conformou e passou a assediar fortemente o governador de Pernambuco. Campos dava sinais de que queria pular fora e agora encontrou uma saída: sendo José Serra o candidato tucano em São Paulo, a eleição se nacionalizaria, e ele teria de desfazer o acordo para apoiar Haddad. Ou, então, querem alguns pessebistas, a saída seria não apoiar nem um nem outro.
Campos andou se metendo em algumas trapalhadas nessa trajetória de “construir uma imagem nacional”. Uma delas foi se meter de maneira despropositada na eleição da própria mãe para uma vaga no TCU. Agora, força a mão para recuar de um acordo já celebrado, que passa pelo apoio a um nome do seu partido na terceira maior cidade do estado.
Cada um cuida de si. Se ele acha que, assim, constrói a imagem de um líder, bom proveito! A primeira qualidade de quem quer estar à frente de um processo é cumprir a palavra empenhada. Afinal, quem deixa de cumprir uma pode deixar de cumprir duas, três…
Por Reinaldo Azevedo

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