"Consideramos o Super Tucano uma aeronave de primeira linha e apenas peço paciência com nossa burocracia", disse o Subsecretário de Estado dos EUA
William Burns está no Brasil para preparar a viagem da presidente Dilma Rousseff aos EUA (Ricardo Moraes/Reuters)
Apesar de o contrato de compra dos caças Super Tucano ter sido suspenso na terça-feirapor problemas na licitação alegados pelo governo dos Estados Unidos, o país continua interessados em adquirir 20 aviões da Embraer, assim como em vender 36 caças ao Brasil, disse nesta quinta-feira o subsecretário de Estado dos EUA, William Burns.
"Consideramos o Super Tucano uma aeronave de primeira linha e apenas peço paciência com nossa burocracia", disse Burns em entrevista coletiva no Rio de Janeiro ao esclarecer que a aquisição não está totalmente descartada e que todo o processo será revisado. Ele acrescentou que a compra dos aviões brasileiros será analisada internamente em Washington. Garantiu ainda que seu país está interessado nos caças e em resolver o assunto o mais rápido possível.
A Força Aérea dos EUA havia anunciado, na terça-feira, a suspensão da compra de 20 dos aviões de Embraer por supostos problemas na documentação apresentada pela empresa. A Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, tinha adjudicado em dezembro passado um contrato no valor de 355 milhões de dólares para oferecer aviões de ataque leve que seriam utilizados no Afeganistão. A vitória da brasileira na licitação foi questionada pela americana Hawker Beechcraft, que alertou para a perda de empregos nos EUA no meio da campanha para as eleições presidenciais.
"Não temos uma previsão sobre quanto demorará a revisão desse processo, mas queremos resolvê-lo o mais rápido possível", declarou Burns ao ser interrogado sobre se os EUA se pronunciarão sobre o negócio antes das eleições em seu país, em novembro. "Queremos o melhor produto e a melhor tecnologia. Não temos dúvida que os aviões de Embraer são produtos de primeira linha e nos interessam as associações de Embraer nos EUA", disse, ao referir-se aos acordos da empresa brasileira com a americana Sierra Nevada Corporation para equipar os Super Tucano.
Super Hornet F/A-18 – Burns, que iniciou nesta quinta uma visita oficial para preparar a viagem que a presidente Dilma Rousseff realizará aos EUA em abril, descartou que a suspensão do contrato com Embraer possa prejudicar a possível venda de caças americanos ao Brasil. A americana Boeing, com seus caças Super Hornet F/A-18, disputa com a francesa Dassault (fabricante do Rafale) e a sueca Saab (fabricante do Gripen NG), uma licitação do governo federal para adquirir 36 caças-bombardeiros que substituirão os atuais aviões de combate da Força Aérea Brasileira.
"Não consideramos que a compra de aviões de Embraer tenha relação ou possa interferir na venda dos F-18 para o Brasil", disse Burns. "Estamos convencidos que o F-18 é o melhor avião de combate do mundo e que a oferta feita pelos EUA é a melhor", Segundo o subsecretário, os EUA se comprometeram a transferir a tecnologia ao Brasil caso adquira os F-18, algo que só oferece a seus principais parceiros. Ele disse que a transferência de tecnologia prometida transforma a oferta americana na melhor para o país.
(com agência EFE)
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