| 06 OUTUBRO 2010
NOTÍCIAS FALTANTES - FORO DE SÃO PAULO
Se Piedad Córdoba não é "Teodora", nem "Dorotea", nem "a Negra", esse personagem, ou esses personagens ocultos e protegidos por pseudônimos, devem estar em alguma parte. Onde? Quem são? O que estão fazendo? Como se articulam na vida colombiana? Que tipo de relação tiveram com Raúl Reyes? Pois foi ele, e ninguém mais, quem falou da tal "Teodora" e de "Dorotea" e deu a entender que tratava-se de uma mesma pessoa. Esse defunto chefe das FARC descreveu com tanta precisão as operações que "Teodora" fazia e devia fazer que ele mesmo assinalou Piedad Córdoba desde ultra tumba, pois ele nunca imaginou que seu computador pessoal, onde registrava seus desígnios mais íntimos, chegaria um dia a cair nas mãos do poder colombiano. A senadora esquerdista, recém destituída em boa hora pela Procuradoria Geral da Nação por seus prováveis vínculos com as FARC, teve dois anos e meio para provar que não é "Teodora", a mesma que em Buenos Aires, em uma reunião de uma célula das FARC, em princípios de dezembro de 2007, ordenou: "Sobretudo, não libertem Ingrid". E, com efeito, as FARC não libertaram. A libertou o governo de Uribe, em uma ação militar, em 2 de julho de 2008.
Piedad Córdoba acreditou ter escapado do tremendo escândalo gerado por essa frase, quando Bertrand de la Grange as revelou em Paris Match, em 7 de junho de 2008, e pelas outras encontradas nos computadores de Raúl Reyes. Sua teoria da "cortina de fumaça" não funcionou e até hoje a ex-senadora não pôde provar que "Teodora" é outra pessoa. Porque não pode prová-lo.
Sua destituição alegrou os colombianos e enfureceu o ditador mais sinistro que o continente americano já teve: Fidel Castro. O ogro de Havana não pôde suportar que sua fiel servidora tenha sido retirada do jogo político. Ele quer, pois, como Hugo Chávez, restaurá-la no nicho que haviam conseguido talhar-lhe na institucionalidade colombiana, para continuar minando o país desde dentro. A pedra filosofal da nova estratégia de Fidel Castro para tomar o poder sofreu assim outro golpe rude. Essa estratégia funcionou para Castro na Venezuela, no Equador e na Bolívia. Porém, a Colômbia parece ser um osso muito mais duro de roer.
Piedad Córdoba havia trabalhado bem e até fez prodígios. Tentou demonizar e derrocar o presidente Álvaro Uribe com o pretexto dos reféns no poder das FARC. Não conseguiu. Procurou então arrebatar das mãos do mandatário colombiano o grave assunto dos reféns para que caísse nas mãos de Hugo Chávez. E conseguiu durante algumas horas! Porém depois, por torpezas cuja chave só ela tem, perdeu o controle da jogada e Hugo Chávez foi expulso do assunto. Todo mundo conhece essa história. Pois a fúria de Chávez quase derruba os muros de Caracas.
Piedad Córdoba fez giros por todo o mundo para falar mal de seu país e para coordenar ofensivas políticas e pseudo-jurídicas contra o governo. Agora se queixa do efeito bumerangue de seus atos. Diz que há uma "conspiração" contra ela e que querem "dilapidá-la". Entretanto, ela mesma se enredou em suas próprias vilanias. A mesma que disse na Europa que a Colômbia é "uma fossa comum", e que usou e abusou de sua qualidade de senadora, insulta de novo o país ao admitir que "não acredita" nas instituições colombianas porque "não são imparciais e estão a serviço dos interesses de uns quantos". É tudo claro: sem acreditar nas instituições colombianas se enroscou nelas para poder conspirar com partidos e governos inimigos de seu próprio país. Agora só lhe restam as redes do castrismo na América Latina para ajudá-la em seu empenho de levar adiante o Procurador Geral colombiano.
Ela diz que o Governo de Álvaro Uribe "não queria adiantar nenhum processo de libertação" dos seqüestrados senão que queria segui-la "para saber onde estavam as FARC". Disse isso ontem a El Espectador em uma entrevista onde lançou, como de costume, mentiras e injúrias, sem que sua interlocutora se alterasse.
A ex-senadora diz: "Sou defensora de direitos humanos". Afirma que não fez outra coisa que lutar pela libertação dos seqüestrados. Isso não é certo. Quando ela pediu
às FARC que libertassem todos os seus seqüestrados? Nunca! O que foi que disse após a revelação de El Colombiano, em fevereiro de 2008, de que há 3.196 seqüestrados na Colômbia e que todos devem ser libertados? Nada! O que ela fez pela libertação de Carmenza Suárez de Cruz, que tem 68 anos de idade e há treze anos está seqüestrada pelas FARC no Meta? Nada! Piedad intervém nos casos assinalados pelas FARC. Os demais seqüestrados não contam para ela. Isso é ser um "defensor dos direitos humanos"?
Não se pode confundir uma gestão leal de libertação de reféns com uma operação na qual os reféns são um instrumento para avançar algumas teses políticas. Piedad Córdoba quer misturar essa duas situações para derrubar a decisão do Procurador. Porém, este poderia receber um respaldo inesperado do Mono Jojoy se seus computadores confirmarem o que dizia Raúl Reyes.
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