Episódio dos folhetos contra Dilma é mais uma armação do PT palacianoUcho.Info
19.10.2010 - 2:00am | Seção: Política
Cartilha cubana -
Quem ousa desrespeitar o script palaciano imposto pelo messiânico Luiz Inácio da Silva é alvo de impropérios de toda ordem, não sem antes ser classificado como integrante das “elites”, discurso enfadonho e repetitivo adotado pelo presidente-metalúrgico.
Preocupados com o fraco desempenho de Dilma Rousseff nos debates, o que tem prejudicado o resultado das pesquisas de opinião, petistas decidiram apelar para estratégias pouco ortodoxas. No afã de reverter o episódio sobre a legalização do aborto, assunto que tirou votos de Dilma no primeiro turno e levou a corrida presidencial para a prorrogação, o staff da campanha criou um factóide. Os panfletos com mensagens contra Dilma Rousseff, supostamente encomendados pela diocese de Guarulhos e impressos em uma gráfica da capital paulista, foram o caminho tortuoso encontrado pelos petistas para minimizar o estrago provocado pelo polêmico assunto.
Muito estranhamente, mas repetindo a atuação do partido nos tempos de oposição, o PT denunciou o fato à Polícia Federal no último sábado (16), alegando que a denúncia partiu de um telefonema anônimo. No passado, petistas ilustres eram assíduos frequentadores das redações, onde surgiam costumeiramente com envelopes recheados com dossiês e outros que tais, sempre enviados por anônimos.
Como a farsa dos panfletos não foi combinada adequada e antecipadamente, restou aos assessores de Dilma Rousseff a criação de capítulos extras. Membro do grupo que coordena a campanha da candidata palaciana, o deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), que em eventual governo Dilma pode ocupar o Ministério da Justiça, anunciou na segunda-feira, durante entrevista coletiva, que a gráfica incumbida de imprimir os folhetos é ligada aos tucanos.
A tese esdrúxula surgiu porque a irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de Serra, Sérgio Kobayashi, é sócia da gráfica Pana, que imprimia o “Apelo a Todos os Brasileiros”, mensagem em que católicos pedem aos fiéis que não votem em candidatos que apoiam a legalização do aborto. Em um país onde a política é alvo de disputa entre dois principais partidos, o PSDB e o PT, não é ilegal um empresário ser tucano. Se fosse petista certamente não haveria problema algum. Mas quando Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, cobra propinas de empresários é invenção dos oposicionistas.
Nesse rocambolesco episódio é preciso considerar que para escapar da truculência do golpe militar de 1964 muitos integrantes da esquerda se refugiaram na Cuba de Fidel Castro, onde aprenderam táticas de guerrilha e se debruçaram sobre técnicas de contra-informação. Por conta desse aprendizado, não é devaneio considerar a possibilidade de o golpe dos panfletos ter sido arquitetado pelos próprios aliados de Dilma, que tentam salvar a candidata e evitar uma derrota nas urnas.
Quando o fatídico Dossiê Cuiabá, conjunto de documentos apócrifos contra tucanos, veio à tona na campanha presidencial de 2006, os petistas simplesmente silenciaram diante do óbvio. Recentemente, em mais uma fracassada tentativa de produzir um dossiê contra José Serra, petistas e “dilmistas” disseram que se tratava de uma armação do candidato adversário. Uma sonora mentira, pois o PT corre atrás desse objetivo desde 2004.
Quem disse que sob a ótica do governo é favorável à descriminalização do aborto foi a candidata Dilma Rousseff. E os católicos têm o sacro direito de protestar contra aquilo que não concordam. Ou será que esse é um direito exclusivo dos que se postam em genuflexão diante de Lula?
O grande objetivo da farsa em curso é transformar Dilma em vítima da oposição, mas os petistas esquecem que eles próprios insistem, e não é de hoje, na tese mentirosa sobre a privatização da Petrobras e do pré-sal. (Ilustração: Cícero)
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