quarta-feira, 2 de junho de 2010

A FÁBRICA DE DOSSÊS DO PT


DILMA E PIMENTEL TÊM DE ESCLARECER A QUE VANGUARDA, DE FATO, PERTENCEM

quarta-feira, 2 de junho de 2010 | 16:38

(ler primeiro o post abaixo)

O PT também tem um a outra tradição: é a do “eu não sabia de nada”. Fazem-se as maiores barbaridades, mas os chefes sempre aparecem de mãos limpas. O ex-prefeito e ainda pré-candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel, braço direito de Dilma na campanha, quiçá esquerdo, tem de sair da moita. Foi ele quem contratou Lanzetta; o “consultor”. Quais eram as atribuições do valente? Quem paga o seu salário? Consta que o rapaz contratou outros que seriam pagos com dinheiro vivo. Dinheiro saído de onde?

José Eduardo Dutra, presidente do PT, atribui a fala de Serra ao “desespero”. Conhecemos essa linguagem de desqualificação dos petistas quando confrontados com as evidências. Já foi usada antes — no escândalo do mensalão, por exemplo.

Serra poderia ter lembrado em sua fala que a própria Dilma tem experiência com dossiês. A Casa Civil, que ela chefiava, produziu um contra FHC e Ruth Cardoso, eivado de delinqüências. Quando a coisa vazou, a então ministra telefonou para Ruth afirmando que aquilo era inaceitável, que ignorava tudo etc e tal. Dias depois, apareceram na lambança as digitais de Erenice Guerra, sua então secretária-executiva e que jamais daria um passo sem autorização da chefia. Ou seja: as digitais eram de Dilma, aquela que havia ligado havia pouco para Ruth…

Pimentel demonstra um trato público civilizado das questões políticas. Pertence àquela ala do petismo que gosta de parecer vanguardista, moderna e tolerante. Mas ele já pertenceu a uma outra vanguarda: foi “companheiro” de Dilma na VAR-Palmares, a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares. Não era exatamente uma gente que gostasse muito de democracia.

Quem investe em dossiês não gosta ainda: trata-se de uma variação de método, mas a prática continua terrorista. Se a turma que ia fazer dossiê permanece ligada à campanha e recebendo a bufunfa, é sinal de que pode ser mobilizada a qualquer instante para a baixaria.

Não dá! Não é mais possível a tática do “”eu não sabia de nada”. Mercadante, lembram-se?, não sabia que seu braço-direito era o carregador da mala de dinheiro que iria pagar o dossiê dos aloprados em 2006 — também contra Serra. Lula não sabia que um monte de gente do seu entorno estava envolvida na lambança. Assim como José Dirceu, José Genoino e próprio Babalorixá de Banânia não sabiam do mensalão.

É difícil acreditar que Dilma e Pimentel, o amigo e contratante de Lanzetta, ignorassem as reais atividades do rapaz. Afinal, ele tinha de apresentar um “serviço”. Qual era o seu “serviço” mesmo?

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