sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Na abertura da CPI da Petrobrras, patidos questionam indicações para presidência e relatoria







(P. Withaker - Reuters)
(P. Withaker – Reuters)
Ação entre amigos – O PPS protestou nesta quarta-feira (26) contra as indicações do PMDB e do PT para ocupar, respectivamente, a presidência e a relatoria da CPI da Petrobras na Câmara. Na avaliação do líder da bancada, Rubens Bueno (PR), e da deputada Eliziane Gama (MA), titular da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para desvendas os malfeitos na Petrobras, os deputados Hugo Mota (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ) não poderiam ocupar respectivos os postos, já que tiveram suas campanhas bancadas por empreiteiras que estão sendo investigadas pela Operação Lava-Jato.
A posição do PPS foi firmada durante a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito, sendo que na ocasião o partido apoiou questão de ordem apresentada pelo Psol contra as indicações dos dois partidos governistas. O argumento não foi aceito pela CPI, que acabou elegendo os dois parlamentares para os cargos-chaves da comissão. Ivan Valente (Psol-SP) concorreu à presidência do colegiado de forma avulsa, mas recebeu apenas quatro votos.
“A questão de ordem tem toda a razão de existir. Não precisa ler a Constituição Federal, o Regimento Interno, para saber que se há um interesse individual e este interesse conflita com a atuação do colegiado, precisamos buscar a isenção. Com todo o respeito a todos, há lei e há o regimento da Casa. Ninguém está acima da lei”, justificou o líder do PPS, ao concordar com o requerimento do Partido Socialismo e Liberdade.
Eliziane Gama também ressaltou a importância de a CPI atuar com isenção na investigação daquele que é o maior escândalo de corrupção da história da humanidade que se tem notícia.
“O Brasil espera um retorno da Câmara. Este escândalo tomou proporções mundiais. O Brasil é manchete em todo o mundo. Está sobre nós fazer uma investigação séria. Daí a necessidade de termos parlamentares fora de qualquer suspeição para investigar este caso”, acrescentou a parlamentar do PPS.
Os deputados do PPS frisaram que não há qualquer pré-julgamento a parlamentares que receberam doações oficiais de empreiteiras incluídas no rol de investigados da Operação Lava-Jato. No entanto, avaliam que o melhor caminho para se investigar plenamente o caso é criar mecanismos que impeçam a defesa de interesses de acusados na Comissão Parlamentar de Inquérito. O impedimento do presidente e do relator seria uma destas formas de dar isenção ao colegiado.
O comando da CPI da Petrobras foi decidido no vácuo de um acordo espúrio selado pelo PMDB e o PT, partidos acusados de terem recebido dinheiro do carrossel de corrupção que funcionou na estatal durante uma década. O protesto das legendas que fazem oposição ao governo petista de Dilma Rousseff é válido e incontestável, mas não se pode esquecer que as investigações da CPI não revelarão fatos diferentes dos que já foram revelados pela Operação Lava-Jato, que a cargo da Polícia Federal mostrou ao povo brasileiro a maneira criminosa do PT de fazer política.
A grande questão nesse escândalo criminoso é que a CPI da Petrobras deve perder visibilidade política depois que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgar a lista com os nomes dos políticos envolvidos no escândalo do Petrolão. Considerando que o editor do site é um dos denunciantes do esquema de corrupção que culminou com a Operação Lava-Jato, o UCHO.INFO afirma que o número de políticos que foram apanhados pela operação da PF chega a sessenta.

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