quarta-feira, 13 de junho de 2012

O PRINCÍPIO DA "MAIS VALIA" DE MARX





Sabemos que em nosso Estado paquidérmico, o Estado se apropria da parte do “Leão” das riquezas produzidas no País, não só dos empresários, mas também dos trabalhadores, ou seja, da famigerada mais-valia (Mehrwert – ‘mais-valor’, valor adicionado, valor excedente, traduzido como ‘mais-valia’).
 Mesmo assim, o sonho delirante, digo utópico dos socialistas, vulgarmente conhecidos como comunistas é de um “capitalismo altruísta” (entenda-se conduta ‘altruísta’ o agir exclusivamente em favor dos interesses dos outros), enquanto o  governo promove descaradamente uma escravidão coletiva 'nunca vista antes', com a imposição de uma nababesca nomenklatura parasitária (parasitária - eufemismo para nomenklatura).


Em 13 de junho de 2012 02:41, Álvaro Pedreira de Cerqueira <alvaropcerqueira@uol.com.br> escreveu: 
Neste 3º e último aditamento, sobre o seminário da FAFICH, da  UFBA, sobre o comunismo no Brasil, volto a focalizar o princípio da 'mais valia', de Marx, que o ex-jornalista Tom Capri, um dos  mais xiitas comunistas de que já ouvi falar, considera em seu blog que:
 
É muito fácil entender o fenômeno da mais-valia, uma das mais importantes descobertas da humanidade, feita há uns 150 anos por Marx. Não é tese nem ponto de vista ou pensamento de ninguém, é verdade absoluta, já cientificamente comprovada.

Como demonstrei no aditamento anterior, Marx considerou que os empresários roubam os trabalhadores. Para Marx, é a mão de obra do trabalhador, e só ela, que cria valor para os bens produzidos. Bens que o empresário venderá por valor bem maior do que os salários que paga aos trabalhadores.

Marx desenvolveu um raciocínio maroto, pois não considerou que o empreendedor conseguiu juntar o capital suficiente para iniciar o seu negócio. Capital é poupança acumulada, que o dono deixou de gastar para consumir, comprando coisas, e esse capital acumulou um valor que é medido em juros.

Comprou ou alugou terreno e edificou uma fábrica ou escritório. Comprou maquinário ou equipamento para permitir o trabalho dos empregados. Contrata os empregados e paga-lhes salário ao final do mês, ou semanalmente, muito antes de iniciar a produção e poder vendê-la, dar o prazo de pagamento, paga impostos ao fim de cada mês, e só vencido o prazo de pagamento concedido aos clientes poderá (ou mão, correndo riscos) receber o valor das vendas de mercadorias ou serviços.

Já os trabalhadores contratados, como disse acima, recebem seus salários ao fim de cada semana ou de cada mês, conforme o contrato, bem antes de os produtos ou serviços serem vendidos e recebidos. Só esta anrecipação garantida dos salários já merece, financeiramente, um desconto no seu valor. Marx não considerou isso.

Marx também não considerou a enorme diferença de capacidade entre o empreendedor e os trabalhadores, em formação educacional, experiência profissional, tino e iniciativa, visão de mercado, fazendo a pesquisa de mercado para descobrir a oportunidade de servir ao sociedade externa, produzindo mais por menos, com preços competitivos, com controle de qualidade, para servir aos consumidores e satisfazer-lhes com bom custo-benefício, para conseguir conquistar boa reputação para sua empresa e assim conseguir a continuidade do empreendimento ao longo dos anos. Além do valor do capital que poupou para invertir no negócio, correndo riscos, como vimos.  

E jamais Marx poderia imaginar a complexidade, as dificuldades que existem no Brasil, com seu hostil ambiente de negócios, com os mais altos impostos do mundo, com a vasta e muito custosa burocracia, com a complexa e até mesmo estúpida legislação tributária, com a produção diária de numerosas leis que a cada dia mais dificultam o cálculo para o recolhimento de mais de sessenta tributos e taxas, obrigando as grandes empresas a manter e pagar verdadeiros exércitos  de contadores, auxiliares de escritórios e de advogados para dar conta da complexa legislação e atender a pesada e não menos complexa fiscalização dos três níveis de governo, federal, estadual e municipal.

Ouvi em Porto Alegre o presidente do Conselho do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, dizer que enquanto mantém numeroso funcionalismo em sua contabilidade, além de muitos advogados, para conseguir calcular os trubutos e taxas a recolher, a sua indústria no Canadá precisa só de um contador e um computador.

Compare-se tudo isso com o que é exigido de um trabalhador para desempenhar suas funções. E se verá que Marx, ao invés de fazer uma "descoberta científica", que chamou de 'mais valia', como quer o comunista Tom Capri, fez apenas uma irresponsável, marota e primária conjectura ideológica, como um papai Noel de hospício, atribuindo aos trabalhadores o papel principal na produção e valorização dos bens produzidos pelo empreendimento.

Logo, Marx foi quem inventou o 'roubo' dos trabalhadores sobre seus patrões, tão ridículo e impossível que se fosse obrigatório por lei estaria destruído todo o sistema de produção no mundo e os trabalhadores estariam todos desempregados, com salário zero.

Tanto assim que o sistema comunista de produção jamais deu certo, e só gerou opressão e genocídio, tendo essa trágica experiência durado penosas sete décadas na Europa, acabando quando da derrubada do Muro de Berlim em 1989.

Até mesmo o socialismo moderado (fabiano) não durou três décadas na Inglaterra, instituído no pós-guerra, em 1945, com a eleição do Partido Trabalhista, que gerou alta inflação e devastou a economia do país, recuperada com a eleição de Dame Margaret Thatcher, que privatizou e liberalizou a economia, recuperando-a plenamente, infelizmente somente até a crise de 2007-8, em que o resto da Europa também sucumbiu ao socialismo moderado, que matou a galinha dos ovos de ouro do capitalismo, através do crescimento imoderado do Estado, segundo as regras do welfare-state, ou estado do bem-estar social, feito para buscar a indefinível "justiça social", que é a distribuição de riqueza a quem não trabalha, criando-se crescente e perdulária burocracia, que trata primeiro de beneficiar a ela própria, dando as sobras para o resto do povo.

Mas aí a conta não fecha, porque o estado passa a gastar mais do que arrecada, aumenta cada vez mais os impostos sobre as empresas do setor privado (as únicas que podem criar riqueza), acabando por inviabilizá-las. E o estado também toma empréstimos aos bancos, e com o tempo fica inadimplente, quebrando os bancos. É onde chegou a Europa, e o Brasil vai no mesmo caminho.

Álvaro Pedreira de Cerqueira  

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