segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O BRASIL EM 'BOAS MÃOS'




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Ex-ajudante de Papai Noel e ex-guerrilheiro comandam o Ministério da

Defesa
O ex-chanceler Celso Amorim e o ex-guerrilheiro José Genoino, o primeiro
como ministro da Defesa e o segundo como assessor especial, são exemplos de
coragem e patriotismo que servem de estímulo à tropa. Certamente os
militares devem estar muito satisfeitos, orgulhosos com a missão que têm de
defender o país. O Brasil está muito bem em termo de defesa, assim como
está no combate à corrupção (os corruptos estão com tanto medo da repressão
contra eles, que o verbo corromper só se conjuga no passado...).

Quando Evo Morales, também conhecido como “Evo Petrobale” ou “Evo Cocale”,

com seus bem nutridos soldados de 1,90m de altura, invadiram as instalações
da Petrobras na Bolívia e tomaram no grito a propriedade brasileira, Celso
Amorim, então ministro das Relações Exteriores, disse a Lula que Morales
estava no direito dele. Parece que Lula gostou do que ouviu e nada fez em
defesa da estatal brasileira. Como “prêmio” à “coragem” de “Cocale”, Lula
perdoou dívida de 52 milhões de dólares da Bolívia para com o Brasil e
ainda aceitou que o invasor aumentasse o preço do gás que vende para nós.

Celso Amorim também auxiliou Lula a ajudar o bispo mulherengo Fernando

Lugo a cumprir promessa de campanha pela Presidência do Paraguai. O bispo
Lugo, que não levava a sério as limitações do sacerdócio e “faturou” umas
devotas, engravidando várias delas, elegeu-se presidente do Paraguai
prometendo obrigar o Brasil a pagar o “preço justo” da energia que o país
dele nos “vende”, em decorrência da sociedade que tem na Hidrelétrica de
Itaipu. Lula aceitou a imposição do companheiro guarani e o Brasil passou a
pagar 300% a mais pela energia “comprada” do Paraguai.

O Paraguai é sócio do Brasil na Hidrelétrica de Itaipu. Como aquele país

consome apenas 5% da energia a que tem direito na sociedade, vendia o
restante ao Brasil pelo preço de custo. Fernando Lugo fez campanha e foi
eleito, acusando o nosso país de ser explorador. Ele teria razão, se não
fosse um pequeno detalhe: o Paraguai não gastou um único centavo com a
construção da mega hidrelétrica. Tudo foi suportado pelo contribuinte
brasileiro.

Para se ter uma ideia da dimensão de Itaipu, que continua sendo a maior

hidrelétrica do mundo, mais de 40 mil operários participaram da obra. Foram
13 anos de construção, sendo gasto 15 vezes mais concreto do que no
Eurotúnel que liga a Inglaterra à França. Aliás, 15 mil operários levaram
sete anos escavando a construção do Eurotúnel, porém o volume de escavação
na construção de Itaipu é 8,5 vezes maior do que o do empreendimento
europeu. Itaipu é tão grande que hoje, 26 anos depois de sua construção, o
Paraguai só consegue consumir 5% dos 50% da energia que lhe cabe na
sociedade.

Nessa sociedade, o país vizinho só entrou com a cara. É como se um

empresário convidasse um mendigo para construir um shopping no lugar onde
este dormia. O mendigo teria 50% de direito na sociedade, sendo que sua
quota financeira no empreendimento seria paga com o faturamento do shopping
quando entrasse em funcionamento. Mutatis mutandis (feitos os ajustes
necessários), foi isso o que aconteceu no referido empreendimento. O
Paraguai não teria a menor condição de arcar financeiramente, pois o
investimento representava várias vezes o seu PIB (Produto Interno Bruto).
Então o Brasil assumiu o ônus financeiro, sendo que a parte do Paraguai
ficou para ser paga com excedente da energia que lhe cabe na sociedade, e
não consegue consumir.

Pelo acordo, o Brasil comprava o excedente da energia a preço de custo,

sendo que a quitação da dívida do Paraguai ocorrerá no ano de 2023. A
compra pelo preço de custo era justa, pois o investimento fora realizado
apenas pelo contribuinte brasileiro. Não é razoável o Paraguai, que nada
investiu, querer ter lucro em cima do investimento brasileiro. É muito o
que aquele país já ganhou, porquanto desde a construção, no início da
década de setenta, ele vem se beneficiando, pois milhares de empregos
diretos e indiretos contemplaram tanto brasileiros como paraguaios, e a
estes só coube o bônus; alem disso, em 2023, com a quitação da dívida na
sociedade, o Paraguai será dono de 50% de um empreendimento de muitos
bilhões de dólares, várias vezes superior ao seu PIB.

Por ter cedido ao capricho do presidente Paraguaio, Lula onerou o

contribuinte brasileiro em 300% do valor da energia adquirida da quota do
Paraguai, cujo investimento foi brasileiro. O presente de Lula foi
aprovado pelo Congresso Nacional em maio desde ano. A “justificativa” para
a aprovação é que o aumento do valor da energia, que representará algumas
centenas de milhões de dólares a jorrar nos cofres paraguaios todos os
anos, não será repassado ao consumidor, pois os recursos sairão do Tesouro
Nacional. A pergunta que se faz é quem banca o Tesouro Nacional? É o Lula
com suas palestras? É o Celso Amorim com suas aulas? Ou...

É o espoliado contribuinte brasileiro que trabalha mais de cinco meses por

ano somente para pagar impostos e terá mais uma conta a ser suportada em
razão dos caprichos megalomaníacos de uma pessoa, que nunca deu duro para
estudar (há estudantes no interior da Amazônia que saem de suas casas 11
horas da noite para estudar no outro dia. Lula não precisaria fazer tal
sacrifício, mas ele preferiu não estudar...), bem como se aposentou muito
cedo, não sabendo como é duro trabalhar para pagar impostos.

A propósito, em apenas oito anos de mandato, Lula endividou o Brasil em um

trilhão de reais (dívida pública interna), o que representa mais de
seiscentos bilhões de dólares. Em 20 anos de governo, os militares
endividaram o país em 100 bilhões de dólares, ou seja, em apenas oito anos,
Lula endividou o Brasil seis vezes mais do que os militares endividaram em
20 anos de governo, sendo que os milicos fizeram várias obras gigantescas
como, por exemplo, a Hidrelétrica de Itaipu; enquanto Lula apenas prometeu,
mas não fez nenhuma obra de porte grande. A infraestrutura do país continua
a mesma do século passado. E mais. Ao contrário dos governos Sarney,
Collor, Itamar e FHC que passaram por situações de instabilidade econômica,
sendo necessário investir em vários planos econômicos, Lula não precisou
investir em nenhum plano, pois apenas continuou com o Real.

Pois é, além de Lula ter saído passeando pelo mundo, torrando o dinheiro

suado do imposto do contribuinte no luxuoso Aerolula, ele fazia muita
“caridade”, perdoando dívidas de países devedores do Brasil. A paixão dele
era por ditadores; por exemplo, ele perdoou dívida do Gabão, governado por
um ditador, acusado de possuir bilhões de dólares em paraísos fiscais. Se
não bastassem a roubalheira com a corrupção interna, os gastos astronômicos
com cabide de empregos e exageradas mordomias, o grande “estadista”
distribuía benesses mundo a fora. Tudo, claro, custeado pelo contribuinte
brasileiro.

Lula, o Papai Noel de ditadores, saiu, mas a conta ficou. A dívida interna

está quase chegando a dois trilhões de reais. A externa, que disseram ter
sido paga em 2005 (e muita gente acreditou...), está quase chegando a 300
bilhões de dólares. Os efeitos disso repercutem diretamente no emprego das
montanhas de recursos arrecadados com os impostos. Só nos cinco primeiros
meses do ano, foram arrecadados meio trilhão de reais. Grande parte desse
gigantesco recurso deve ter sido utilizada para pagar juros da dívida,
principalmente a interna, outra robusta parte deve ter vazado pelo ralo da
corrupção, uma parte menor, mas de bom tamanho, deve ter sido utilizada
para fazer publicidade, a fim de ocultar a verdadeira realidade, sobrando
muito pouco como retorno à sociedade. É por isso que o Brasil está com a
infraestrutura do século passado, e a educação, saúde, segurança e outros
serviços públicos são prestados em condições piores as de países do
Terceiro Mundo.

A propósito, no livro “Viagens com o Presidente”, editora Record, 2ª

edição, p.93, está registrado para que gerações futuras saibam, já que a
atual parece não querer saber, o critério utilizado pelo ex-presidente Lula
para “conquistar o mundo”. O registro consigna a grande importância do
atual ministro da Defesa, Celso Amorim, no magnífico trabalho desenvolvido
pelo ex-presidente, que hoje ensina o que fez nas suas palestras. Vejamos o
registro:

“Nas viagens internacionais, (Lula) tem outra mania. Logo no início do

trajeto de volta ao Brasil, chama o ministro Celso Amorim e um oficial da
Aeronáutica à sua cabine e, com a ajuda de um grande mapa-múndi, trata de
ficar imaginando quais poderiam ser as próximas nações a serem visitadas. A
rotina, então, é questionar Amorim sobre as características dos países
apontados por ele no mapa, e ao militar pergunta a respeito de questões
técnicas das rotas imaginadas, como escalas e trajetórias viáveis à
aeronave.”

Como se vê, Celso Amorimo, ex-ajudante do Papai Noel de ditadores, foi

muito importante no governo passado e agora o será no Governo Dilma, ainda
mais contando com o assessoramento do ex-guerrilheiro José Genoino. Para
quem não sabe, Genoino participou da chamada Guerrilha do Araguaia, ou
melhor, ele quase participou, pois antes mesmo que fosse dado o primeiro
tiro, o nosso herói desistiu da luta. Não só desistiu, como ajudou a seus
companheiros a desistir.

Havia cerca de 90 guerrilheiros na Selva Amazônica. Os militares não

tinham certeza da existência deles, então enviaram cerca de dez homens do
serviço de inteligência para a região. Quando os guerrilheiros souberam que
os milicos estavam na área, eles fizeram igual àqueles “corajosos”
trezentos e poucos bandidos, armados de fuzis, que fugiram do morro igual a
galinhas assustadas com medo da raposa, quando dois pequenos tanques com
duas dúzias de policiais subiram o morro. Os “valentes” guerrilheiros
fizeram o mesmo, tomaram doril e sumiram na densa selva, deixando para trás
o acampamento e um faminto cachorro vira lata.

Genoino foi pego no meio do caminho, interrogado pelos milicos, ele disse

que se chamava “Geraldo” e que era um caboclo da região. Os militares
pediram para ver a mão dele e observaram que era igual a do Lula (a mão do
caboclo é grossa, devido ao trabalho duro). “Geraldo” foi conduzido para o
acampamento abandonado. Lá chegando foi “dedurado” pelo vira lata que foi
para cima dele abanando o rabo e fazendo ruídos característicos de cães que
pedem desesperadamente comida. Com a certeza de que “Geraldo” não era
Geraldo, os militares disseram que se ele não colaborasse, seus
“documentos” seriam extraídos com o próprio facão (ele portava um facão na
cintura, quando foi pego) e serviriam de fonte de proteína para o animal
faminto.

Apavorado com o “argumento” dos militares, Genoino abriu o verbo. Informou

o nome falso que cada guerrilheiro usava, posição que ocupava na guerrilha
etc. Além disso, tirou foto e fez declaração a seus companheiros para que
se entregassem. O material foi confeccionado em panfletos e jogado de
helicópteros no meio da selva. A estratégia funcionou, a maioria se
entregou e quem não seguiu o conselho de Genoino virou presunto.
Portanto, Genoino tem todos os requisitos para o importante cargo que
exerce, inclusive foi condecorado em maio deste ano com a “Medalha da
Vitória”. Ele faz jus à condecoração, pois é um vitorioso, ponha vitorioso
nisso...

Com efeito, a experiência e o elevado espírito nacionalista do ex-chanceler Celso Amorim e mais a coragem do ex-guerrilheiro José Genoino,os brasileiros podem ficar tranquilos: a defesa do país está em boas mãos;boas, não, ótimas...
Manoel Pastana

Procurador da República e Escritor
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