DOMINGO, 7 DE NOVEMBRO DE 2010
Ao vencedor, a conteiner!
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão
“Em última análise, há apenas dois tipos de pecado mortal no campo da política: a falta de objetividade e – com frequência, idêntica a ela, mas nem sempre – a irresponsabilidade”.
(Max Weber – “A Política como Vocação” – in Ensaios de Sociologia, página 139).
Circula, freneticamente, no “e-meio” militar uma análise numérica da eleição que mereceria uma atenção dos segmentos esclarecidos da sociedade. Mesmo com o nada democrático voto obrigatório, 29.191.309 eleitores não votaram no segundo turno. Isto equivale à soma do eleitorado de 16 colégios eleitorais.
Em tese, o valor total das multas que poderão ser cobradas daqueles que não votaram: R$ 102.461.494,59. A penalidade varia entre 3% e 10% do valor de 33,02 UFIR, ou seja, de R$ 1, 06 a R$ 3,51. O Juiz Eleitoral, no entanto, poderá aumentar até 10 vezes o valor, quando considerado ineficaz, em virtude da situação econômica do infrator.
Além da falta da perigosa falta de vontade de participar do fla-flu eleiroreiro do segundo turno, outro número serve de advertência para a suposta vencedora. Mais de 80 milhões de eleitores não se interessaram em votar na Dilma do Chefe, perdão, Dilma Rousseff. Votos nulos: 4.689.293.Votos em branco: 2.452.588. Não votaram: 29.191.309. José Serra teve: 43.710.381 votos. Somando tudo, 80.043.571, em tese, não se interessaram por Dilma, que conquistou 55.752.529 votos no segundo turno. Ganhou pelo percentual de 56,05% a 43,95% do adversário que não parecia, de verdade, ter muita vontade de vencer.
Os números deviam ser bons conselheiros à futura 40ª Presidenta do Brasil. Detalhe importante: ela ainda não tomou posse, embora vá dar a impressão de que já governa, mesmo antes da saída contrariada do companheiro $talinácio. Por isso, é bom ela lembrar que a oposição ao governo eleito é bem grande (80.043.571) – considerando que temos 135.803.366 eleitores. Além disto, PSDB e DEM administrarão 10 estados que somam mais de 50% do PIB nacional e 52% da população.
Dilma realmente venceu a eleição? Claro que não. O real ganhador foi seu vice Michel Temer – que comanda o PMDB. Ele será responsável pelo lucrativo controle da entrada e saída de conteineres políticos no porto do poder brasileiro. O que for decidido politicamente, passará por ele. Se não passar, não avança no Congresso. Eis o nosso “Presidedncialismo de Coalisão” – bem definido pelo sociólogo Sergio Abranches. Dilma precisa ter muito cuidado para não praticar um Presidencialismo de “Colisão” – termo bem próximo do jeitinho dela, desde os tempos de terrorista revolucionária.
Mas isto é coisa do passado! Contrariando o comercial das Organizações Tabajara, “seus pobremas apenas comessaram” – como bem escreveria um legítimo analfabeto político. A presidenta, que não foi em seu Mestrado e Doutorado, devia dar uma lidinha em Max Weber, o pai da Ciência Política. Segundo Weber, existem dois tipos de ética. A das “convicções” (ou fins últimos) e a da “Responsabilidade”.
A primeira, da convicção, consiste em tomar decisões baseadas em normas que o sujeito considera corretas. A segunda, da responsabilidade, prevê que se pense qual será a consequência da postura ou ação do detentor do poder. Max Weber receita que, para exercer a vocação política, é preciso balancear os dois tipos de ética: Convicção + Responsabilidade = a boa política – definida por Maquiavel como a arte do possível. No sentido amplo do Poder, como verbo e como substantivo.
Dilma não pode brincar com a oposição. E, muito menos, com a sua situação – que tem um equilíbrio de forças instável contra ela. O PMDB não brinca em serviço. Seu presidente (vice da Dilma) não abre mão de um conteiner de poder. Logo, Dilma poderá tudo. Menos radicalizar – como desejam seu velho instinto ideológico e muitos radicalóides que a cercam. Nada menos que 80.043.571 potenciais opositores estão de olho nela. Por isso, como já recomendou Max Weber lá em cima do texto, Dilma precisa ser objetiva e responsável.
De cara, a Presidenta precisa saber que “bronca é ferramente de otário”. Logo, suas primeiras atitudes midiáticas, são temerárias. Na primeira entrevista pós-eleição, para o Jornal da Record do Reino de Deus, Dilma prometeu às jornalistas Adriana Araújo e Ana Paula Padrão que lhes informaria, em primeira mão, a futura composição do ministério. Promessa bobinha, mas que pode lhe custar cara, porque sinaliza uma vingancinha contra a Rede Globo – que lhe fustigou no primeiro turno da campanha.
Prova do jeitinho ressentido de Dilma foi a entrevista, imediatamente posterior, no Jornal Nacional - que agora tende a perder o status de Diário Oficial do poder tupiniquim. Será que vai? Dilma não perdoou o apresentador William Boner pelas perguntinhas-estocadas nas entrevistas amestradas do primeiro turno no JN. Ao fim da entrevista do segundo turno, quando o elegante Boner tentou lhe dar um beijinho carinhoso, Dilma tirou a cara da reta e apenas lhe estendeu, friamente, a mão de ferro. Boner, que vibrou ao anunciar a vitória da primeira mulher presidenta do Brasil, ficou com cara de manezão.
Coitadinho do marido da Santa Fátima. E coitados de nós, que corremos o risco de aturar o estilo bronqueado da futura raínha-da-cocada vermelha no Palácio do Planalto. Temer deve logo descobrir que Dilma é um conteiner difícil de carregar, mesmo com toda tecnologia adquirida no Porto de Santos. Agora, à vencedora e (ao eleitorado, principalmente), as batatas quentes... Ou os lucrativos conteineres... Que Lula (ou os ministros do Supremo) nos protejam! Amém!
Por Jorge Serrão
“Em última análise, há apenas dois tipos de pecado mortal no campo da política: a falta de objetividade e – com frequência, idêntica a ela, mas nem sempre – a irresponsabilidade”.
(Max Weber – “A Política como Vocação” – in Ensaios de Sociologia, página 139).
Circula, freneticamente, no “e-meio” militar uma análise numérica da eleição que mereceria uma atenção dos segmentos esclarecidos da sociedade. Mesmo com o nada democrático voto obrigatório, 29.191.309 eleitores não votaram no segundo turno. Isto equivale à soma do eleitorado de 16 colégios eleitorais.
Em tese, o valor total das multas que poderão ser cobradas daqueles que não votaram: R$ 102.461.494,59. A penalidade varia entre 3% e 10% do valor de 33,02 UFIR, ou seja, de R$ 1, 06 a R$ 3,51. O Juiz Eleitoral, no entanto, poderá aumentar até 10 vezes o valor, quando considerado ineficaz, em virtude da situação econômica do infrator.
Além da falta da perigosa falta de vontade de participar do fla-flu eleiroreiro do segundo turno, outro número serve de advertência para a suposta vencedora. Mais de 80 milhões de eleitores não se interessaram em votar na Dilma do Chefe, perdão, Dilma Rousseff. Votos nulos: 4.689.293.Votos em branco: 2.452.588. Não votaram: 29.191.309. José Serra teve: 43.710.381 votos. Somando tudo, 80.043.571, em tese, não se interessaram por Dilma, que conquistou 55.752.529 votos no segundo turno. Ganhou pelo percentual de 56,05% a 43,95% do adversário que não parecia, de verdade, ter muita vontade de vencer.
Os números deviam ser bons conselheiros à futura 40ª Presidenta do Brasil. Detalhe importante: ela ainda não tomou posse, embora vá dar a impressão de que já governa, mesmo antes da saída contrariada do companheiro $talinácio. Por isso, é bom ela lembrar que a oposição ao governo eleito é bem grande (80.043.571) – considerando que temos 135.803.366 eleitores. Além disto, PSDB e DEM administrarão 10 estados que somam mais de 50% do PIB nacional e 52% da população.
Dilma realmente venceu a eleição? Claro que não. O real ganhador foi seu vice Michel Temer – que comanda o PMDB. Ele será responsável pelo lucrativo controle da entrada e saída de conteineres políticos no porto do poder brasileiro. O que for decidido politicamente, passará por ele. Se não passar, não avança no Congresso. Eis o nosso “Presidedncialismo de Coalisão” – bem definido pelo sociólogo Sergio Abranches. Dilma precisa ter muito cuidado para não praticar um Presidencialismo de “Colisão” – termo bem próximo do jeitinho dela, desde os tempos de terrorista revolucionária.
Mas isto é coisa do passado! Contrariando o comercial das Organizações Tabajara, “seus pobremas apenas comessaram” – como bem escreveria um legítimo analfabeto político. A presidenta, que não foi em seu Mestrado e Doutorado, devia dar uma lidinha em Max Weber, o pai da Ciência Política. Segundo Weber, existem dois tipos de ética. A das “convicções” (ou fins últimos) e a da “Responsabilidade”.
A primeira, da convicção, consiste em tomar decisões baseadas em normas que o sujeito considera corretas. A segunda, da responsabilidade, prevê que se pense qual será a consequência da postura ou ação do detentor do poder. Max Weber receita que, para exercer a vocação política, é preciso balancear os dois tipos de ética: Convicção + Responsabilidade = a boa política – definida por Maquiavel como a arte do possível. No sentido amplo do Poder, como verbo e como substantivo.
Dilma não pode brincar com a oposição. E, muito menos, com a sua situação – que tem um equilíbrio de forças instável contra ela. O PMDB não brinca em serviço. Seu presidente (vice da Dilma) não abre mão de um conteiner de poder. Logo, Dilma poderá tudo. Menos radicalizar – como desejam seu velho instinto ideológico e muitos radicalóides que a cercam. Nada menos que 80.043.571 potenciais opositores estão de olho nela. Por isso, como já recomendou Max Weber lá em cima do texto, Dilma precisa ser objetiva e responsável.
De cara, a Presidenta precisa saber que “bronca é ferramente de otário”. Logo, suas primeiras atitudes midiáticas, são temerárias. Na primeira entrevista pós-eleição, para o Jornal da Record do Reino de Deus, Dilma prometeu às jornalistas Adriana Araújo e Ana Paula Padrão que lhes informaria, em primeira mão, a futura composição do ministério. Promessa bobinha, mas que pode lhe custar cara, porque sinaliza uma vingancinha contra a Rede Globo – que lhe fustigou no primeiro turno da campanha.
Prova do jeitinho ressentido de Dilma foi a entrevista, imediatamente posterior, no Jornal Nacional - que agora tende a perder o status de Diário Oficial do poder tupiniquim. Será que vai? Dilma não perdoou o apresentador William Boner pelas perguntinhas-estocadas nas entrevistas amestradas do primeiro turno no JN. Ao fim da entrevista do segundo turno, quando o elegante Boner tentou lhe dar um beijinho carinhoso, Dilma tirou a cara da reta e apenas lhe estendeu, friamente, a mão de ferro. Boner, que vibrou ao anunciar a vitória da primeira mulher presidenta do Brasil, ficou com cara de manezão.
Coitadinho do marido da Santa Fátima. E coitados de nós, que corremos o risco de aturar o estilo bronqueado da futura raínha-da-cocada vermelha no Palácio do Planalto. Temer deve logo descobrir que Dilma é um conteiner difícil de carregar, mesmo com toda tecnologia adquirida no Porto de Santos. Agora, à vencedora e (ao eleitorado, principalmente), as batatas quentes... Ou os lucrativos conteineres... Que Lula (ou os ministros do Supremo) nos protejam! Amém!
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