domingo, 15 de julho de 2018

VIOLINO ONÍRICO (244/18)


(https://youtu.be/luL1T1WQC2k) "Meditação" - J. Massenet
(https://youtu.be/8b9uU_z8FfE) "Ària da Corda de Sol - J. S. Bach



L. Telles Bezerra

Num fim de tarde de um dia chato perambulava despreocupado pela praça da matriz, quando ouvi o som maravilhoso de um violino.

Quis saber de onde vinha tamanha maravilha e comecei a procurar.

Por fim encontrei o lugar de onde se produzia aquele som cheio de suavidade e muita ternura.

A peça musical era “MEDITAÇÃO”, de Jules Massenet.

Uma preciosidade magnífica que aprecio muito.

Fiquei recostado em frente ao portão do pequeno bangalô de onde vinha o recital de violino.

Queria saber quem estava executando aquela música divina com tanta virtuosidade.

Só poderia ser um anjo, pensei comigo mesmo.

De repente, através da portinhola da porta de entrada, vislumbrei uma linda moça empunhando o instrumento de quatro cordas.

A música me pareceu ainda mais linda depois daquela visão angelical.

Com receio de ser mal interpretado evitei tocar a campainha e me afastei dali meio a contragosto.

Prometi a mim mesmo que voltaria no outro dia e tentaria chamar a atenção daquele querubim.

No outro dia, na mesma hora, estava eu ali escorado no muro baixo da casa da fadinha violinista.

Dessa vez ela tocava a “Ária na Corda de Sol” do divino Johann Sebastian Bach.

Ao término da execução não me contive e toquei a campainha.

Ela olhou pela portinhola e veio atender-me.

Eu a cumprimentei e me desculpei pelo transtorno.

Ela, educadamente, aceitou as minhas desculpas e me ouviu dizer-lhe que estava encantado com sua magistral execução.

Com um sorriso tão lindo quanto a música que executara, ela me convidou para entrar.

Ao transpor a soleira da porta tropecei na mesma e, antes de cair ao solo, acordei do meu sono delicioso em minha rede estendida na varada de minha casa.

Eu havia adormecido com os fones acoplados a ouvir uma seleção de músicas eruditas previamente escolhidas para meu deleite.

Tudo não passou de um delicioso sonho, infelizmente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário