MANIFESTAÇÕES OU INFESTAÇÕES?

Elisângela Vieira
(Socióloga e professora)

Em qualquer estado da federação, onde uma manifestação pública tente invadir a Assembleia Legislativa ou a sede do Governo estadual, essa deve ser reprimida da mesma maneira que o foi a de ontem em Curitiba. O Estado tem todo o direito ao uso legitimo da força se necessário for. Durante esse ano, vários movimentos “Fora Dilma” ou de outras bandeiras foram às ruas em manifestações pacíficas contra o governo petista. Mesmo assim, as pessoas foram tachadas de fascistas, golpistas, elite branca raivosa, coxinhas alienadas, dentre outros termos depreciativos.


Ontem, quarta, 29/04, no Paraná, um movimento grevista de professores, infiltrado por baderneiros do Black Blocs, foi reprimido pela policia ao tentar entrar à força na sede do Legislativo estadual. Como sempre fazem, tentam hoje se passar por vitimas. Lamento pelos educadores que lá estavam lutando por seus direitos, pois além do salário ser baixo, o governo daquele estado ainda está cortando direitos dos professores num ajuste fiscal injusto. Mas, é claro, para toda ação há sempre uma reação. O que queriam que a polícia fizesse? Cruzasse os braços e deixasse os desordeiros invadirem o recinto? Teria sido muito pior se a ação de violência se desse num ambiente fechado. Além da destruição do patrimônio público, iria acontecer um confronto sem precedente entre manifestantes e os legisladores que lá estavam.

Semana passada, em Ouro Preto, MG, na cerimônia da comemoração do dia de Tiradentes, o governador de Minas, Fernando Pimentel, mandou isolar o recinto da festa por um cordão humano repressivo contra uma manifestação pacífica dos professores daquele estado. Foi algo humilhante e nojento! Os professores acorreram ao local com o intuito de fazerem valer o seu grito de protesto contra as medidas injustas praticadas pelo atual governador petista, que lhes prometeu o mundo e o fundo, quando em campanha eleitoral pelo governo de Minas, e agora os trata como seres de quinta categoria. Mesmo assim nenhum ato de violência foi praticado por parte dos professores mineiros por um único motivo: não haviam petralhas nem hordas de Black blocs infiltradas na manifestação dos mestres em greve naquele Estado.
Deixemos, portanto, de hipocrisia!